Dados do Trabalho
Título
ABORDAGEM MULTIMODAL DE ADENOMA HEPÁTICO GIGANTE: RELATO DE CASO
Resumo
APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente IHP, 41 anos, sexo feminino, iniciou quadro de dor abdominal, localizada em hipocôndrio direito, contínua em pontada. Em investigação, identificado grande tumoração em fígado direito de 14,4x8,6cm. Definido diagnóstico como adenoma hepatocelular (AHC) por características de imagem, associado à baixos marcadores tumorais e anatomopatológico (AP) (proliferação hepatocelular sem atipias sugestivas de adenoma). Inicialmente foi optado por tentativa de tratamento minimamente invasivo (MMI) com preparo com embolização portal por radiointervenção (RI), com objetivo de hipertrofia de fígado esquerdo contralateral, seguido de embolização trans-arterial (ETA) 8 semanas após, com objetivo de redução tumoral para facilitar acesso laparoscópico para trissetorectomia direita ou até mesmo seguimento a depender do grau de respostas à ETA. Após seis semanas, paciente apresentou sintomas progressivos de dor, febre, calafrios, queda do estado geral e elevação de marcadores inflamatórios, exame de imagem evidenciando grande coleção intrahepática (19x16x12cm). Optado por drenagem MMI com drenagem de 1440mL de secreção purulenta. Exame de imagem de controle evidenciou completa redução do abscesso com persistência de imagem sugerindo adenoma residual com 7cm em seu maior eixo. Redefinido conduta como hepatectomia direita laparotômica. Boa evolução no PO. AP DE peça cirúrgica evidenciou AHC exibindo padrão esteatótico.
DISCUSSÃO: O AHC maior que 5 cm de diâmetro tem risco aumentado de hemorragia e transformação maligna, sendo considerado uma indicação para ressecção. Os procedimentos por RI para este tipo de patologia, tem como vantagens reduzir riscos no intra e pós operatório, poupar parênquima de ressecção e talvez, substituir a ressecção cirúrgica. Uma coorte retrospectiva multicêntrica evidenciou redução do tamanho médio dos AHC de 76mm para 48mm após ETA (p<0,01) sendo que apenas 2 de 59 apresentaram abscesso hepático como complicação. Outra revisão sistemática com 151 pacientes embolizados demonstrou que a cirurgia foi evitada em 41 de 49 (89%) de pacientes subetidos à ETA para regressão de tamanho e não em caráter de urgência (sangramento).
COMENTÁRIOS FINAIS: A literatura demonstra dados sólidos em segurança e eficácia para a abordagem percutânea de adenomas maiores que 5 cm, porém, ainda não responde se há real redução da taxa de transformação maligna, a longo prazo, para os adenomas que regridem para menos que 5cm em seu maior diâmetro.
Área
Cirurgia - Fígado
Autores
MARIANA ARAUJO SANTOS, BRUNO MENDONÇA GRILO, RAFAELLA ORLOW OLIVEIRA, ISADORA LAGRECA GARRAFA TREPTOW, RONARA GOMES PAVONI, LUIS ANTONIO CARICIO FONSECA, BIANCA GABRIELA CALSOLARI OLIVEIRA, GABRIEL SOUZA BRUM MARQUES ALMEIDA, BARBARA FERNANDES NADALETO, DANIEL KITAYAMA SHIRAIWA, RAPHAEL LEONARDO CUNHA ARAUJO, MARCELO MOURA LINHARES