Dados do Trabalho
Título
Refluxo após Gastrectomia Vertical: Conversão para Bypass Gástrico e Y-de-Roux
Resumo
Gastrectomia vertical (Sleeve) é uma das técnicas de cirurgia bariátrica com maior crescimento nos últimos anos, sendo já a mais realizada nos Estados Unidos. Entretanto, observa-se grande incidência de refluxo nestes pacientes, com sintomas em até 76% no seguimento de longo prazo, além de grande uso de bloqueadores de bomba de próton e esofagite. Contribuem para esta evolução alterações da técnica cirúrgica e características do paciente, como lesões de fibra do esfíncter esofágico inferior, aumento da pressão intragástrica, refluxo biliar, alteração anatômica do estômago e migração intratorácica deste.
Este caso trata de uma paciente de 44 anos, obesa desde os 20 anos, com peso máximo de 120kg (IMC 47,5 kg/m²), com falha de tratamento clínico, submetida aos 35 anos a uma Gastrectomia Vertical. Evoluiu com perda satisfatória de peso, chegando a 55kg (IMC 21,8 kg/m²), mas após 3 anos iniciou sintoma de pirose, inicialmente tratável com omeprazol. Foi submetida no 4° ano pós operatório plástica abdominal e apresentou ganho de peso, com piora importante dos sintomas de refluxo.
Evoluiu com refluxo intratável clinicamente, com pirose diária e constante, além de regurgitações frequentes, a despeito de tratamento clínico com dexlanzoprazol, hidróxido de alumínio e bromoprida, todos em dose otimizada. Endoscopia mostrou esofagite grave (grau C de Los Angeles) e uma tomografia de abdome com contraste oral mostrou hérnia hiatal com migração do estômago.
Indicada então conversão da Gastrectomia vertical para Bypass gástrico em Y-de-Roux. Realizada laparoscopia, redução do estômago migrado e dissecção do hiato esofágico. Após hiatoplastia com pontos em X, confeccionado pouch gástrico com grampeamento e ressecção de uma porção do estômago excluso. Realizada gastroenteroanastomose e entero-enteroanastomose para confecção do Y-de-Roux, mantendo alças biliopancreática e alimentar de 1m. Realizado fechamento da brecha mesenterial e do espaço de Petersen.
A paciente apresentou boa evolução pós-operatória, com alta no 3° dia e retorno após uma semana com resolução completa dos sintomas.
Área
Cirurgia - Obesidade
Autores
Leonardo Ervolino Corbi, Daniel Riccioppo Cerqueira Ferreira de Oliveira, Anna Carolina Batista Dantas, Bruna de Camargo Nigro, Yasmin Peres Navarro, Marco Aurélio Santo, Luiz Augusto Carneiro D'Albuquerque