Dados do Trabalho
Título
Gastroduodenopancreatectomia videolaparoscópica pós duodenotomia convencional
Resumo
Apresentação do Caso: Paciente de 55 anos, sexo feminino, antecedente de Neurofibromatose tipo 1. História de ter sido submetida, antes do encaminhamento ao nosso serviço, a duodenotomia convencional para ressecção de lesão em papila duodenal, cuja análise anatomopatológica resultou em tumor neuroendócrino bem diferenciado. Recebida em nosso serviço para seguimento. Endoscopia Digestiva Alta mostrou lesão subepitelial em terceira porção duodenal. Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética de Abdome mostraram alguns nódulos hipervascularizados em duodeno e primeira alça jejunal, junto ao ângulo de Treitz, além de lesão irregular junto à papila duodenal, determinando dilatação de vias biliares e do ducto pancreático principal (que foi biopsiada por eco-endoscopia, resultando em Tumor neuroendócrino bem diferenciado grau 1). Realizou enteroscopia com biópsia de lesão em flexura duodeno-jejunal, mostrando tumor estromal do trato gastrointestinal. Submetida, então, a gastroduodenopancreatectomia videolaparoscópica + ressecção jejunal + linfadenectomia ampliada. A cirurgia teve duração de 8h, com perda sanguínea estimada em 200 mL. Anatomopatológico confirmou biópsias do pré-operatório, com tumor neuroendócrino bem diferenciado (TNE) em papila duodenal e tumor estromal gastrointestinal (GIST) em ângulo de Treitz. O período pós-operatório transcorreu sem intercorrências. Discussão: O uso de técnicas de cirurgia minimamente invasivas tem se tornado cada vez mais frequente, especialmente baseado em menores trauma cirúrgico e tempo de recuperação. Apesar disso, a Gastroduodenopancreatectomia (GDP) ainda é um procedimento pouco realizado de forma videolaparoscópica, por despertar receio em boa parte dos cirurgiões, em razão de ser procedimento de elevada complexidade e dificuldade técnica. O presente trabalho mostra, porém, que a GDP minimamente invasiva é sim factível de ser realizada com segurança, até mesmo em pacientes com cirurgias convencionais prévias (como o paciente em questão, que tinha história de duodenotomia convencional). Fato é que o sucesso da GDP por via minimamente invasiva tem correlação direta com a experiência da equipe cirúrgica e do centro hospitalar no tratamento desses pacientes. Comentários finais: A realização com segurança de GDP por videolaparoscopia é possível, desde que seja executada por equipe experiente e habituada ao tratamento de tumores periampulares de forma minimamente invasiva, conforme demonstrado neste vídeo.
Área
Cirurgia - Estômago
Autores
André Dias Roncon, Arthur Youssif Mota Arabi, Rodrigo Nicida Garcia, Daniel de Paiva Magalhães, Erica Sakamoto, Daniel José Szor, Bruno Zilberstein, Ulysses Ribeiro Júnior, Luiz Augusto Carneiro D'Albuquerque