XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

CEC CANAL ANAL RECIDIVADO APÓS INÍCIO DE TERAPIA IMONUBIOLÓGICA EM PACIENTE COM DÇ CROHN – RELATO DE CASO

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente masculino, 39 anos, diagnóstico Doença de Crohn 2009, tratado com aminossalicilatos com boa resposta. Perdeu seguimento e cessou tratamento. Em 2017 iniciou abscessos perianais, testicular e fístula, realização de fistulotomia e passagem de Seton. Em 2019, surgiu lesão exofítica perianal, AP: carcinoma espinocelular bem diferenciado T2N1M0. Realizou quimiorradioterapia (Abril a Set 2020 - QT: CDDP + Capecitabina + 5 Fluoracil - RT: 4500 cGy + 540 cGy - fracionamento 180 cGy/dia). Jul/20 realizado Colostomia em alça VLP. Após término QTRT, reestadiamento: Proctológico Mar/21: sem sinais de recidiva de CEC + fístula perianal. Colonoscopia Abr/21: doença de Crohn em atividade, ulcerada + deformidade válvula ileocecal. RM Abdome sem sinais de recidiva de CEC. Liberado pela Oncologia para tratamento Doença de Crohn fistulizante, iniciado em Set/21 infliximabe + azatioprina. Em Out/21 surgiu tumoração vegetante perianal com infiltração, enduramento do períneo e saída de secreção purulenta, biópsias: Carcinoma espinocelular invasivo bem diferenciado, recidivado. Indicado ressecção cirúrgica. Submetido, em 29/11/21, a Amputação abdominoperineal + Linfadenectomia inguinal esquerda + Reconstrução de períneo com retalho retoabdominal (VRAM) a direita + Reconstrução de parede abdominal com tela de polipropileno. Boa evolução, alta no 9º PO. AP Períneo: CEC moderadamente diferenciado invasivo, ulcerado, margens livres, T3N0. Processo inflamatório crônico com papilomatose, acantose e hiperqueratose adjacente a neoplasia invasiva; Retalho cutâneo: infiltração por CEC bem diferenciado. Atualmente, mantém seguimento ambulatorial Proctologia, Cirurgia Plástica, Oncologia e Gastroclínica – Doença Inflamatória. RM Abd Jan/22 sem sinais de recidiva de doença. Não realizou novo esquema QT e não reiniciou tratamento imunossupressor.
DISCUSSÃO: CEC canal anal é neoplasia rara e tem como fatores de risco: infecção por HPV, HIV, sexo anal receptivo, tabagismo e imunossupressão. Pacientes com doença de Crohn anal e/ou perianal têm alto risco de câncer anal e retal, relacionados a inflamação crônica. O tratamento usual é com esquema Nigro de quimiorradioterapia, podendo a amputação abdominoperineal ser indicada em casos de recorrência.
COMENTÁRIOS FINAIS: CEC de canal anal é raro, com boa resposta a quimiorradioterapia, porém, neste caso, devido à indução de imunossupressão com biológicos houve recidiva da doença após remissão completa com esquema Nigro.

Área

Cirurgia - Cólon

Autores

MARIANA ARAUJO SANTOS, BRUNO MENDONÇA GRILO, RAFAELLA ORLOW OLIVEIRA, ISADORA LAGRECA GARRAFA TREPTOW, RONARA GOMES PAVONI, GABRIEL SOUZA BRUM MARQUES ALMEIDA, LUIS ANTONIO CARICIO FONSECA, BIANCA GABRIELA CALSOLARI OLIVEIRA, RAINA CATERINA COELHO ARRAIS, MARIZA HELENA PRADO KOBATA, ELESIÁRIO MARQUES CAETANO JR, RICARDO TADAYOSHI AKIBA, SARHAN SYDNEY SAAD