XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Atraso na liberação do anatomopatológico no tratamento do câncer de Colon.

Resumo

Introdução: Como uma das mais incidentes e letais neoplasias, o tratamento do câncer de colon necessita de brevidade. A “lei dos 60 dias” garante realização de uma das etapas do tratamento, assim que confirmado o diagnóstico. Sabe-se que atrasos acima de 2 meses na liberação do anatomopatológico (AP) após a cirurgia, pode estar relacionado com perda da eficácia da quimioterapia adjuvante. De acordo com levantamento do Ministério da Saúde e publicado pelo site Agência Brasil, entre 2013 e 2017, o intervalo entre o diagnóstico e o procedimento determinado para combate à doença saiu de 79 para 81 dias. Acredita-se que o atraso do resultado do anatomopatológico da peça cirúrgica em mais que 15 dias pode prejudicar o tratamento complementar do paciente. Objetivo: Avaliar a média de atraso na liberação do resultado AP dos pacientes portadores de câncer de colon em hospital de referência. Metodologia: Foi realizado estudo retrospectivo com análise de prontuário eletrônico de pacientes portadores da patologia CID 10 C18, submetidos a tratamento cirúrgico, entre janeiro de 2019 a janeiro de 2022. Foram excluídos do estudo pacientes portadores de câncer de reto, colectomias por outras causas e dados incompletos do prontuário. Os dados foram organizados em planilha de Excel e posteriormente submetidos a análise descritiva. Resultados: Foram identificados 153 pacientes portadores de câncer de colon submetidos a tratamento. Média de idade foi de 61±11 anos. As mulheres foram mais acometidas com 55%. Quanto as cirurgias realizadas, foram 68 (44%) colectomias direitas, 73 (47%) retossigmoidectomias, 11 (7%) colectomias esquerdas e uma colectomia total (0,6%). Em relação ao estadiamento patológico, 83 (55%) pacientes estadio I/II, 46(30%) estadio III e 20 (13%), estadio IV. Foram excluídos 4 casos por dados incompletos de prontuário. Quanto aos pacientes com linfonodos positivos foram identificados 61 casos (15 casos estadio IV + estadio III), distribuídos da seguinte forma: 36 (59%) N1 e 25 (47%) N2. A média de liberação do anatomopatológico foi de 26±17 dias (variando de 10 dias até 165 dias). A liberação em até 15 dias ocorreu em 15 casos (13%), 16-25 dias em 62 casos (54%), 26-35 dias em 30 (26%), 36-50 dias em 16 (14%) e > 50 dias em 8 casos (7%).Conclusão: No presente estudo, concluímos que a média liberação do anatomopatológico foi de 26 dias. Atrasos acima de 15 dias podem provocar demora no inicio tratamento oncológico complementar com pior desfecho.

Área

Cirurgia - Cólon

Autores

LUIZA SOARES GUERRA, VANESSA LOPES MATHIA, VICTORIA MARA VIEIRA ROCHA, ANA FLÁVIA MACHADO OLIVEIRA, BERNARDO FONTEL POMPEU, LUIS FERNANDO PAES LEME