XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE COLANGIOCARCINOMA INTRA-HEPÁTICO E LINFOMA PRIMÁRIO DO FÍGADO: RELATO DE CASO

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO: M.P.C., feminino, 64 anos, em acompanhamento pós ressecção de melanoma em 2015. Hipertensa, pré-diabética, em uso de Valsartana, Indapamida, Empaglifozina, Atorvastatina e Metformina. Encaminhada pela oncologia devido a elevação de enzimas hepáticas, assintomática. US abdome 16/11/21: dilatação de vias biliares intrahepáticas à esquerda. RNM abdome 26/11/21: Massa de aspecto infiltrativo após a bifurcação dos ramos direito e esquerdo dos ductos biliares e envolvendo o ramo esquerdo, com ectasia das vias biliares intra-hepáticas no lobo esquerdo e sem nítidos planos de clivagem com o parênquima hepático, suspeito de lesão neoplásica (colangiocarcinoma? acometimento secundário?). TC tórax (17/06/21) e RNM crânio (10/12/21) sem sinais de metástases. CA19.9, CEA, CA 125 e alfafetoproteína normais. PET-TC (14/12/21): hipermetabolismo acentuado em lesão infiltrativa mal delimitada em lobo esquerdo do fígado. Ausência de outras áreas de hipercaptação. Aventada hipótese de colangiocarcinoma intra-hepático e programada abordagem cirúrgica. Em 04/01/22, foi submetida a lobectomia hepática esquerda, linfadenectomia retroperitoneal e anastomose biliodigestiva, sem intercorrências. Biópsia compatível com neoplasia indiferenciada. Imunohistoquímica (07/01/22): linfoma de grandes células B. Após cirurgia, realizou tratamento quimioterápico, com boa resposta. Realizada TC de abdome em junho/22 e PET-scan em agosto/22, sem evidência de recidivas.
DISCUSSÃO: O linfoma primário do fígado é uma afecção rara, correspondendo a 0,016% dos casos de linfoma não Hogkin, e o tipo difuso de grandes células B é o subtipo mais comum. Trata-se de diagnóstico diferencial de colangiocarcinoma, segunda neoplasia primária mais comum do fígado. A diferenciação radiológica dessas duas neoplasias pode ser difícil de ser feita, dessa forma, o diagnóstico muitas vezes se faz somente por análise histopatológica e imunohistoquímica. O tratamento do linfoma hepático inclui ressecção, quimioterapia e radioterapia, em geral com bons resultados.
COMENTÁRIOS FINAIS: O linfoma primário do fígado é uma afecção rara, sendo importante o diagnóstico diferencial entre linfoma e colangiocarcinoma intra-hepático, uma vez que necessitam de tratamentos diferentes e sendo o linfoma uma neoplasia de resposta mais favorável ao tratamento e melhor prognóstico.

Área

Gastroenterologia - Fígado

Autores

Bárbara Buitrago Pereira, Alexandre Imbs Lima, Agnaldo Soares Lima