XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

RESULTADO DO TRATAMENTO ENDOSCÓPICO DE LESÕES ADENOMATOSAS DUODENAIS

Introdução

Introdução:
Devido a alta probabilidade de progressão para carcinoma, que pode variar de 30 a 80%, recomenda-se que todos os adenomas duodenais sejam considerados para ressecção endoscópica. Entretanto, o tratamento endoscópico de lesões duodenais tem risco de complicações aumentado, quando comparada a outras regiões do trato digestivo. Uma das causas é a menor espessura da parede duodenal, que aumenta os riscos de perfuração. Devido às dificuldades anatômicas, a padronização dos tratamentos endoscópicos de grandes tumores epiteliais duodenais superficiais não ampulares (TEDSNAs) ainda é um desafio. A mucosectomia (EMR) é considerada técnica mais segura que a dissecção endoscópica submucosa (ESD), com taxas de complicações de 13% e 33%, respectivamente. Entretanto a EMR apresenta índices de recidiva local maior que a ESD, em torno de 13%.
Objetivo:
Apresentar o resultado do tratamento endoscópico de lesões adenomatosas duodenais em centro de referência em endoscopia terapêutica
Método:
Análise retrospectiva do prontuário de 21 pacientes submetidos à ressecção endoscópica de adenoma duodenal, no período de junho de 2018 a janeiro de 2022. As variáveis observadas foram idade, sexo, técnica de ressecção utilizada, taxas de complicações e de recidiva. Todos os procedimentos foram realizados com suporte anestesiológico e insuflação com CO2 e em regime de hospital dia, sendo internados se intercorrência clínica.
Resultados:
De 21 pacientes 14 (66%) eram do sexo feminino e os demais masculino 7 (33%), com idade média de 69 (59-86) anos foram submetidos à ressecção endoscópica de adenoma duodenal. 13 (61%) lesões foram ressecadas em monobloco, 10 (47%) pela técnica de mucosectomia e 3(14%) por ESD. Em 5 (23%) lesões a exérese foi feita de forma fragmentada. Recidiva local foi observada em 2 (9%) casos pós mucosectomia fragmentada e novo tratamento endoscópico foi realizado com sucesso em todos os casos. O tamanho médio das lesões foi de 18mm (5mm a 45mm). Houve 1(5%) caso de sangramento e 2 (9%) casos de perfuração, todos tratados endoscopicamente com sucesso. Não houve mortalidade relacionado ao procedimento.
Conclusão:
Em nosso estudo, o tratamento endoscópico de lesões adenomatosas duodenais se mostra tratamento seguro e eficiente, com taxas de complicações e de recidiva local semelhantes à literatura.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Beathriz de Paula Oliveira, Eduardo Koji Marchi Ogawa, André Silva Battagin, Juliana Bonfim Dos Santos, Adriana Costa Genzini