Dados do Trabalho

Título

Manejo da DRGE após cirurgia bariátrica por Sleeve Gástrico Laparoscópico: uma revisão de literatura

Resumo

INTRODUÇÃO: A cirurgia bariátrica é uma abordagem válida e atestada para o manejo da obesidade mórbida (IMC ≥ 40 kg/m²) e da obesidade grave (IMC ≥ 35 kg/m²) associada a comorbidades, devido aos significativos resultados obtidos na redução de peso e na saúde metabólica. Dentre as técnicas para alcançar o objetivo terapêutico, o Sleeve Gástrico Laparoscópico (SGL) tem crescido em relevância, por ser uma abordagem restritiva com uma menor tendência a complicações a longo prazo e não conter o componente disabsortivo. Apesar das vantagens terapêuticas e técnicas, o SLG tem sido associado ao aumento na incidência ou piora do quadro da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), caracterizada pelo retorno do conteúdo gástrico ao lúmen esofágico. Nesse sentido, o manejo adequado da DRGE é essencial, uma vez que o refluxo expõe o esôfago a agressões ácidas e predispõe esses pacientes a quadros de esofagite, esôfago de Barrett e neoplasias.
OBJETIVO: Analisar, na literatura, as atuais opções terapêuticas para o manejo da DRGE após SGL.
MÉTODO: Pesquisa bibliográfica na base de dados PubMed com os descritores: gastroesophageal reflux; bariatric surgery; e management. Foram encontrados 40 artigos. Incluíram-se trabalhos publicados entre 2018 e 2022 em inglês e excluíram-se trabalhos que secundaram o tema.
RESULTADOS:
Os artigos analisados sugerem que o tratamento padrão à DRGE: mudanças no estilo de vida e uso de medicamentos, como inibidores da bomba de prótons. Todavia, alguns pacientes são refratários à terapia medicamentosa otimizada e requerem métodos invasivos. Os estudos analisados não possuem consenso quanto à abordagem ideal e citam inúmeras técnicas endoscópicas e cirúrgicas (Stretta, Linx, reparo hiatal, fundoplicatura) para mitigar a gravidade do refluxo, através de ajustes nas estruturas anatômicas relacionadas ao refluxo. Assim, o Bypass Gástrico continua sendo a técnica mais utilizada no tratamento de pacientes obesos com DRGE, devido a sua eficácia já evidenciada. Entretanto, devido às suas limitações, outros métodos devem continuar a ser estudados. Ademais, apesar da relevância na escolha da técnica, os trabalhos sugerem que a DRGE é negligenciada na avaliação pré-cirúrgica.
CONCLUSÃO: Assim, percebe-se que o acompanhamento clínico e endoscópico é essencial no pré e pós-operatório de pacientes obesos. Ademais, o manejo cirúrgico e endoscópico deve ser mais estudado, uma vez que o tratamento medicamentoso da DRGE após SGL apresenta limitações.