Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO DO PAPEL DA ENTEROSCOPIA NO DIAGNÓSTICO DE GIST DO INTESTINO DELGADO EM UM CENTRO AVANÇADO DE ENDOSCOPIA.
Introdução
Introdução
Os tumores estromais gastrointestinais (GIST) são raros, com incidência de aproximadamente 1,5 casos/100.000 habitantes/ano. Ocorrem em qualquer parte do trato digestivo, mas a localização mais comum é o estômago, em 60% dos casos, seguido do intestino delgado proximal (30%). O peritônio, esôfago e reto são menos acometidos. Os GISTs geralmente são assintomáticos e o diagnóstico é incidental por meio do exame de imagem, principalmente nos estágios iniciais. À medida que o tumor cresce, as manifestações clínicas incluem dor abdominal, sangramento, tumor abdominal palpável, anemia ferropriva, perda de peso e obstrução, dependendo de sua localização. Para lesões do intestino delgado, a enteroscopia permite a localização, tatuagem endoscópica para auxiliar no tratamento cirúrgico assim como o estudo histopatológico por meio de biópsias.
Objetivo
Avaliar a incidência e o papel da enteroscopia no diagnóstico e no auxílio ao tratamento dos tumores estromais.
Material e Método
Trata-se de um estudo retrospectivo que incluíram todos os pacientes submetidos a enteroscopias no período de janeiro de 2012 a agosto de 2022 em um centro avançado de endoscopia. Foram coletados dados de prontuário eletrônico. Foram excluídos pacientes com dados incompletos.
Resultados
Foram realizados 425 enteroscopias no período citado. Destas, trinta e uma apresentavam lesões de aspecto tumoral, dez se travam de GIST. Outros achados histológicos observados foram adenocarcinomas, granuloma piogênico, metaplasias foveolar gástrica e adenomas tubuloviloso. Do total de casos diagnosticados com GIST, sete eram sexo feminino e três masculinos, com idade média de 54 anos. Das dez lesões, apenas quatro obtiveram o diagnóstico histológico através de biópsia em procedimento enteroscópico, sendo a maior lesão de 3 cm. A apresentação clínica de cinco dos casos foram enterorragia. Os outros cinco casos apresentavam história pregressa de anemia ferropriva a esclarecer. Sete pacientes com GIST foram submetidos a enterectomia videolaparoscopia após tatuagem endoscópica e os demais foram realizados tatuagem, mas não seguiram com tratamento cirúrgico. Não houveram mortalidade relacionada ao procedimento e todos estão em seguimento oncológico.
Conclusão
A enteroscopia é um método útil para localização das lesões e a tatuagem endoscópica auxilia no tratamento cirúrgico. Permite o estudo histopatológico e avaliação de diagnósticos diferenciais.
Área
Endoscopia - Intestino delgado
Autores
VITOR MONTEIRO SILVA, ANDRE SILVA BATTAGIN, WAGNER KENRO TAKAHASHI, ADRIANA COSTA GENZINI