XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Hernia Incisional de Parede Abdominal Gigante

Resumo

Relato: Mulher, 53 anos, hipertensa, diabética e com sobrepeso, apresentando hérnia abdominal volumosa, irredutível, impossibilidade na palpação do anel e sintomática. Após laparotomia para correção de hérnia hiatal há 10 anos, evoluiu com abaulamento em região abdominal e episódios de dor, sendo realizada a herniorrafia abdominal há 5 anos. Houve recidiva da hérnia e aumento de volume com piora da dor abdominal. Tomografia de abdome mostrou hérnia incisional epigástrica, mesogástrica e supraumbilical de óstio com 7cm, protrusão de alças intestinais, tecido adiposo e vasos mesentérios. Feita uma herniorrafia e reconstrução de parede abdominal com fixação de tela 30x30cm dupla face fixada em bordas do anel herniário, sem intercorrências. Pós-operatório em unidade de terapia intensiva com ventilação mecânica e uso de droga vasoativa. Evolução adequada com boa cicatrização de ferida operatória e melhora da dor. Alta no 7° dia.
Discussão: As hérnias incisionais complexas são afecções de difícil tratamento e complicações, em destaque a síndrome compartimental, caracterizada pela hipertensão abdominal associada à redução do retorno venoso, débito cardíaco, diurese e piora do padrão ventilatório. Os fatores de risco obesidade, idade avançada, desnutrição, múltiplas laparotomias, incisão e cuidados no fechamento da parede abdominal, infecção da ferida cirúrgica, doença pulmonar obstrutiva crônica e diabetes, parte desses presentes na paciente.
As grandes hérnias incisionais apresentam redução do músculo-aponeurótico da parede abdominal e atrofia da musculatura larga do abdome com perda das suas funções, definindo comprometimento respiratório e visceral. A expansão do saco herniário torna fina a pele que a recobre e a tela subcutânea escassa e desvascularizada, com áreas de necrose, úlceras e fístulas intestinais.
Considerações finais: Hérnias ventrais e incisionais são frequentes, sendo um desafio hérnias de grande volume devido à dificuldade técnica para realocá-las dentro da cavidade abdominal, como retratado em nosso caso, com conteúdo abdominal externo a aponeurose, pequeno orifício herniário e dor crônica. Diante do tamanho da hérnia e a impossibilidade de inserir as alças dentro da cavidade abdominal, realizou uma reconstrução da parede abdominal com tela 30x30 cm, face gelatinosa voltada para as vísceras e fixadas nas bordas do anel herniário. A cirurgia foi um sucesso, com boa resposta no pós-operatório e melhora importante na qualidade de vida da paciente.

Área

Cirurgia - Miscelânea

Autores

Fernanda Magni Cadamuro, Tayanne Fonseca Rodriguês, Enzo Prandi de Carvalho, Marilia Siqueira Procopio de Oliveira, Cibele Alexandra Ferro, Maria Clara Ferreira Vivi, Ayder Anselmo Vivi