XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Fístula Pancreática: Relato de Caso

Resumo

Masculino, 58 anos, previamente hígido deu entrada na emergência com quadro de abdome agudo e suspeita inicial de apendicite, com indicação para cirurgia de urgência. No intra-operatório foi constatado apêndice cecal sem alterações e o paciente apresentava grande quantidade de sangue retroperitoneal, sendo realizada lavagem da região. Paciente evoluiu com dor e piora do quadro, sendo realizado TC de abdome com achados sugestivos de pancreatite aguda grave. Após o internamento, uma nova tomografia demonstrou coleções intracavitárias abordadas cirurgicamente. Realizou-se drenagem com dreno tubolaminar e lavagem da cavidade. No pós-operatório (PO) paciente evoluiu com quadro de amaurose bilateral, DRC não dialítica (CR base de 2,3 e ClCr 25), DM e foi localizada fístula pancreato-cutânea onde foi posicionado dreno com débito de 200ml/dia.Paciente é acompanhado ambulatorialmente há 2 anos, período em que continuou com o dreno, devido à fístula pancreática e queixa-se de crises de dor e sinais de inflamação no local do dreno, com episódios esporádicos de calafrios. Procurou tratamento endoscópico para a fístula e foi recomendado esfincterotomia e aposição de prótese pancreática com retirada do dreno no pós-operatório. No sétimo dia do PO, retornou para retirada da prótese pancreática apresentando icterícia, febre e calafrios, sendo reinternado para antibioticoterapia e CPRE com papilotomia. com sangramento no segundo dia de PO necessitando abordagem endoscópica. Recebeu alta hospitalar 7 dias depois. A fístula pancreática é definida pela passagem anormal de uma superfície epitelizada do pâncreas para outra, dentre as etiologias que causam a fístula destacam-se as iatrogênicas, como trauma operatório, intervenções endoscópicas e biópsias, e dentre as não iatrogênicas, destacam-se a pancreatite aguda e a pancreatite crônica. Além disso, para uma melhor compreensão do caso, surge a CPRE, sendo essencial para a localização e terapêutica. Por fim, para o tratamento por meio da esfincterotomia com aposição de dreno, com o paciente estável, com suporte clínico-nutricional e dieta zero. A apresentação atípica do caso e uso de diversas abordagens cirúrgicas ao tratamento de uma fístula pancreática-cutânea após quadro de pancreatite aguda grave chamam atenção, demonstrando a necessidade de abordagens cirúrgicas corretas, cautela no PO e acompanhamento ambulatorial minucioso para o sucesso terapêutico e diminuição de complicações.

Área

Endoscopia - Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada

Autores

PEDRO HENRIQUE ARAÚJO MARQUES, SIMÃO BARBOSA SILVA, MARINA COELHO FEITOSA, SOFIA GOMES CORREIA, MELISSA MACEDO PEIXOTO NASCIMENTO, IGOR CASTELO BRANCO FONTENELE COSTA, JÚLIA MARTINS MARQUES ROCHA, LUCAS ARRUDA MENDES, LEVI BASTOS GOMES, RIAN VICTOR VASCONCELOS PAULA, GABRIELE CRUZ MONTEIRO, ANA CLARA SILVA LIMA, VINÍCIUS TAVARES MORAIS