XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Hepaticojejunoanastomose em Y de Roux Videolaparoscópica por Lesão Tardia de Via Biliar após Colecistectomia

Resumo

Paciente do sexo feminino, 54 anos, IMC de 29 , sem comorbidades, com cirurgia prévia de cesariana e histerectomia. Em 2016 entrada no pronto socorro com história típica de colecistite com síndrome ictérica associada. Colangiorresonância evidenciou vesícula de paredes espessadas com cálculos no interior, apresentando cálculo em ducto cístico com compressão do ducto hepático comum e dilatação de vias biliares a montante. Fechado diagnóstico de Síndrome de Mirizze, foi submetida a colecistectomia com exploração de vias biliares e infundibulorrafia videolaparoscópica. Apresentou boa evolução pós operatória e teve alta hospitalar, sem complicacões. Após três anos do procedimento, desde então assintomática, retornou ao serviço com quadro de colangite aguda. A Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica ( CPRE) evidenciou estenose abrupta intransponível ao nível do colédoco proximal com dilatação das vias biliares até este ponto. Submetida a Drenagem Transparietohepática ( DTPH) com os mesmos achados e impossibilidade de ultrapassagem do fio guia ao nível da obstrução, sendo realizado cateterismo externo do ducto biliar esquerdo. Após o procedimento teve resolução do quadro de colangite e alta hospitalar. Em acompanhamento ambulatorial, evoluiu assintomática, débito médio diário do dreno transparietohepático de 600 mililitros. Colangiorressonância evidenciando lesão do ducto biliar Strasberg EI. Hepaticojejunoanastomose em Y de Roux foi proposta e aceita pela paciente. O tempo cirúrgico foi de 255 minutos. A paciente recebeu dieta no primeiro dia de pós-operatório. Realizada colangiografia por dreno percutâneo no quinto dia de pós-operatório, mostrando anastomose ampla sem trajeto fistuloso, sendo removidos os drenos - percutâneo e cirúrgico - seguido de alta hospitalar, sem complicações. No 29º dia de pós-operatório, a paciente retornou ao serviço com hemorragia digestiva grave, exteriorizada por melena, necessitando de transfusão sanguínea maciça. Endoscopia não mostrou foco de sangramento e a angiotomografia mostrou fístula arterial entérica devido a aneurisma da artéria gastroduodenal para a alça jejunal. Encaminhada a arteriografia, realizado embolização do vaso com sucesso e evoluindo com melhora progressiva do quadro clínico. Recebeu alta após doze dias de internação. Durante 6 meses de seguimento, paciente evoluiu assintomática, sem novos episódios de síndrome ictérica ou sangramento.

Área

Cirurgia - Fígado

Autores

Daniel Maia Vasconcelos Lims, Vinicius Grigolli, Rodolfo Fonseca Carvalho, Adriano Corona Branco, Francisco Pimenta Marques, José Francisco Mattos Farah