XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

RESSECÇÃO ENDOSCÓPICA DE TUMOR NEUROENDÓCRINO BULBAR - UMA SÉRIE DE CASOS

Resumo

Introdução: Tumor neuroendócrino (TNE) de duodeno são raros, representando 3% de todos os TNE do trato gastrointestinal, porém a sua incidência vem aumentando nas últimas décadas. O tratamento depende do tamanho, localização, histologia, grau, invasão e presença ou não de metástase, mas de forma geral, tumores não ampulares, menores que 20 mm são apropriados para ressecção endoscópica.

Método: Coorte retrospectiva conduzida em centro terciário oncológico em São Paulo, que avaliou ressecção endoscópica de TNE de bulbo duodenal entre 2012 e 2021. As informações foram coletados de prontuário eletrônico. O estadiamento das lesões foi de acordo com a classificação da OMS de 2010 e TNM.
Foram incluídos pacientes submetidos a ressecção endoscópica de TNE de bulbo duodenal com acompanhamento endoscópico para avaliar recidiva. Foram excluídos pacientes submetidos a ressecção cirúrgica. As técnicas de ressecção utilizadas foram mucosectomia convencional, assistida por banda elastica ou fórceps a frio. Foi realizado controle endoscópico com 1 a 3 anos com ou sem biópsias.

Resultados: Entre 2012 e 2021 foram realizadas 25 ressecções endoscópicas, com sucesso técnico de 100%.
52% masculino e 48% feminino com idade média de 64 anos.
As lesões eram únicas em 23/25 pacientes, e tinham entre 2 e 15 mm, com média de 7 mm.
A técnica de ressecção mais aplicada foi mucosectomia assistida por banda elástica (60%), mucosectomia convencional (28%) e ressecção com fórceps (12%).
As margens de ressecção foram R0 em 48% das ressecções, Rx em 24% e R1 em 28%.
84% das lesões foram classificadas como G1, 16% como G2, e 0 como G3.
Pela classificação de TNM, 24/25 eram T1 e 1/25 T2.
Analisando as técnicas aplicadas separadamente, 1/3 pacientes submetidos a ressecção com fórceps tiveram ressecção com margem R0 e 2/3 Rx. Dos submetidos a mucosectomia convencional 4/7 tiveram margens R0, 1/7 margens Rx, e 2/7 tiveram margens R1. Dos submetidos a mucosectomia assistida por banda elástica, 7/15 tiveram margens R0, 3/15 Rx e 5/15 tiveram margens R1. Não havendo superioridade (p=0,77).
Quando avaliadas por tamanho, as lesões menores que 10 mm apresentaram margem R1 de 4/20 contra 3/5 das lesões ≥ 10 mm.
O seguimento médio foi de 3,8 anos e a recidiva foi encontrada em 1/25 pacientes.

Conclusão: Apesar da ressecção endoscópica de TNE bulbar não apresentar boas taxas de ressecção R0, ainda é uma boa alternativa para ressecção de lesões pequenas e de baixo grau com baixo risco de recidiva em 10 anos

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

LUCAS ZOUAIN FIGUEIREDO, MARCELO MOCHATE, BRUNO COSTA MARTINS, FAUZE MALUF FILHO, JULIA MAYUMI GREGORIO, GUSTAVO ANDRADE PAULO, LUCIANO TOLENTINO LENZ, RENATA NOBRE MOURA, ADRIANA SAFATLE RIBEIRO