XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Psoríase induzida por infliximabe em paciente idoso com doença de crohn e hidradenite supurativa

Resumo

Apresentação do caso: Relato de caso de um paciente de 68 anos, masculino, tabagista e com doença de crohn há 1 ano. Apresentava região perineal com deformidade parcial, múltiplas fistulas e subestenose de canal anal. Submetido a colocação sedenhos e iniciado infliximabe 5mg/kg. No retorno foi realizado a retirada de sedenhos e observado na ocasião o aparecimento de várias lesões eritemato-descamativas em cotovelos e abdome com evolução há 2 meses. Confirmado com biópsia o diagnóstico de psoríase e optado em conjunto com a equipe de dermatologia pela suspensão de infliximabe e início de Adalimumabe (semanalmente), devido o diagnóstico de hidradenite supurativa concomitante (estágio Hurley II). Paciente evolui posteriormente com dor perianal, agravo da subestenose de canal anal, saída de secreção purulenta de orifícios fistulosos e piora das lesões psoriasiformes. Optado por internação, drenagem de abscessos perianais e colocação de sedenhos. Iniciado corticoide, antibioticoterapia e solicitado Ustequinumabe.
Discussão: As reações tardias ao uso de anti-TNFs são raras, acometem menos que 1% dos pacientes, incluem infecções, neoplasias, indução de doenças auto-imunes e insuficiência cardíaca. Os casos de indução ou exacerbação da psoríase são intrigantes e podem se manifestar em até 10% dos pacientes com DII. Os fatores de risco para indução ou exacerbação da psoríase são lesões cutâneas prévias, sexo feminino, tabagismo e DC penetrante, sendo os dois últimos verificados no caso em questão. No presente relato foi optado por manter inicialmente a mesma classe biológica visto que havia o diagnóstico de hidradenite supurativa concomitante. Sabe-se que a recorrência da reação paradoxal é de 52% e devido a resposta insatisfatória, foi prescrito Ustequinumabe, sendo o biológico mais recomendado em casos graves e disseminados.
Comentários finais: Várias teorias foram propostas para explicação da psoríase paradoxal, no entanto não está totalmente esclarecida, sendo clara a necessidade de maior número de estudos. As reações são de baixa morbidade e mortalidade, mas seu reconhecimento precoce e manejo apropriado é fundamental para a decisão de suspensão e mudança de classe biológica.

Área

Gastroenterologia - Miscelânea

Autores

Mariana Barros Marcondes, Raissa do Carmo Vitorino, Luciana Rocha Almeida, Kárida Franciely Alves Barbosa, João Márdio Paixão de França, Mariana Pantoja, Mardem Machado de Souza, Rodrigo Fedatto Beraldo, Camila Sinkos