Dados do Trabalho
Título
FISTULA BILIAR RELACIONADA A COLEDOCOLITIASE
Resumo
INTRODUÇÃO: As fístulas biliares são raras e podem cursar com significante morbimortalidade. Em geral são mais comumente decorrentes de complicações de colecistectomias. Há pouca evidência científica demonstrando que fístulas biliares podem estar relacionadas a coledocolitíase. O objetivo deste relato foi apresentar o caso de um paciente com coledocolitíase e fístula biliar espontânea da superfície hepática, sem história de trauma ou cirurgia abdominal recente.
APRESENTAÇÃO DO CASO: Homem de 85 anos procurou atendimento com queixa de dor abdominal há 5 dias e sinais de peritonite difusa. Apresentava como procedimentos cirúrgicos prévios fundoplicatura à Nissen, herniorrafia inguinal e apendicectomia anos atrás. Na admissão foi realizada tomografia de abdome (TC), que demonstrou discreta dilatação da árvore biliar, com presença de cálculos (10 e 7 mm) no segmento distal de colédoco, vesícula biliar distendida com paredes espessadas, pneumoperitônio e líquido livre abdominal, além de sinais de fundoplicatura com clipes metálicos adjacente à superfície hepática (segmentos II/III). Ele foi submetido à laparotomia exploradora e verificou-se presença de líquido purulento. Foi realizada lavagem da cavidade abdominal, colecistectomia e colocação de drenos laminares. No 1° pós operatório o dreno apresenta-se com aspecto biliar e bilirrubina do líquido de 10 mg/dl. Optado por realizar colangiografia endoscópica retrógrada que fez o diagnóstico de fístula biliar em segmentos II/III. Os cálculos foram retirados e colocada prótese biliar plástica. Paciente recebeu alta hospitalar após 10 dias de internamento, sem complicações e resolução completa da fistula biliar com dreno retirado na alta hospitalar.
DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS FINAIS: As fístulas biliares espontâneas são raras em adultos, com poucos casos relatados na literatura e fisiopatologia pouco conhecida. Diversos fatores como estase, obstrução distal do ducto biliar e tumores podem causar aumento da pressão interna da via biliar, levando a perfurações e quadros de coleperitônio. No caso relatado o paciente tinha histórico de fundoplicatura à Nissen anos atrás e TC demostrando clipes metálicos próximos a superfície hepática esquerda. Como diagnóstico para este caso, foi aventada hipótese de lesão antiga na superfície hepática já cicatrizada, que com aumento da pressão na árvore biliar causada pelos cálculos no colédoco distal, resultou em uma fistula biliar e coleperitôneo.
Área
Gastroenterologia - Pâncreas e Vias Biliares
Autores
MICHELI FORTUNATO DOMINGOS, CLAUDIA CECILIA ESCALANTE GUARISTI, DJIULIANY LARISSA DE SOUZA SIQUEIRA, EDUARDO KENJI OSAKO NOVAKOSKI, LAURA DE LORENZI, RODRIGO MIIKE DA ROCHA, EDUARDO JOSE BROMMELSTROET RAMOS, JULIO CEZAR UILI COELHO, RAFAEL WILLIAM NODA, FERNANDO ISSAMU TABUSHI