XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

MELANOMA MALIGNO PRIMÁRIO DE ESÔFAGO: RELATO DE CASO

Resumo

· Caso Clínico
Homem de 53 anos, com sintomas de doença do refluxo gastroesofágico, sem sinais de alarme, veio ao serviço para realização de endoscopia digestiva alta (EDA) ambulatorial. Ao exame diagnosticou-se esofagite erosiva grau A de Los Angeles e notou-se uma lesão elevada avermelhada na parede lateral esquerda cerca de 1,0 cm acima da TEG, amolecida ao toque, medindo cerca de 1,0 cm. Realizadas biópsias da lesão cujo anatomopatológico revelou neoplasia de padrão sólido invasivo em lâmina própria, formada por células com núcleos grandes, irregulares e com nucléolo evidente, sendo identificado pigmento acastanhado no citoplasma focalmente. Realizada complementação com estudo imuno-histoquimico das lâminas cujo achado foi consistente com melanoma maligno. Não houve evidencia de outra lesão primária à dermatoscopia, ao exame oftalmológico ou ao PET-CT.
· Discussão
O melanoma primário do esófago (MPE) é uma neoplasia extremamente rara, ocorrendo em cerca de 0,1% a 0,2% de todas as neoplasias do esófago e correspondendo somente a 0,5% dos casos de melanomas não cutâneos. Até 2011, apenas 337 casos foram relatados em todo o mundo, com 5 a 9 novos casos a serem publicados por ano. A idade média de apresentação do melanoma primário do esófago é 60,5 anos com a proporção de Homens/Mulheres de 2:1, e idade média de apresentação menor quando comparada com a idade média de apresentação de outras neoplasias do esófago.
O melanoma primário tem prognóstico extremamente reservado, mais da metade dos doentes apresentam já doença metastática no diagnóstico inicial. A principal manifestação clínica é a disfagia. A lesão precursora é a melanocitose. Os fatores de risco ainda não estão identificados, porém, a esofagite crônica e a hiperplasia epitelial foram identificadas como causa de melanocitose. Ao exame, identifica-se frequentemente lesão polipoide e melanótica, que se assemelha a uma flebectasia. O diagnóstico é feito por imuno-histoquímica com marcadores de melanócitos positivos, como HMB-45, proteína S-100 e Melan-A. O principal diagnóstico diferencial é com o melanoma metastático. Quanto ao tratamento, a cirurgia com ressecção radical é o “gold-standard”
· Considerações Finais
O MPE é uma neoplasia rara com prognóstico muito reservado devido ao seu comportamento biológico extremamente agressivo. Além disso, o seu diagnóstico pode passar muitas vezes despercebido ou confundido com lesão vascular não biopsiada.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

LUCAS GIOVINAZZO CASTANHO BARROS, CARLOS KIYOSHI FURUYA JR., EDSON IDE, PAULO SAKAI, SHINICHI ISHIOKA, BRUNO COSTA MARTINS, PAULLA LARYSSA MENDES ROCHA, SERGIO MATUGUMA, RICARDO SATO UEMURA, SONIA NADIA FYLYK, FAUZE MALUF FILHO, GIULIO FABIO ROSSINI, PAULO ROBERTO ARRUDA ALVES, Marcon Censoni de Avila e Lima