XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DE ÍLEO TERMINAL EM COLONOSCOPIAS CONVENCIONAIS

Introdução

INTRODUÇÃO
A intubação do íleo terminal em exames de rotina realizados em pacientes assintomáticos não tem papel relevante definido. Tem sido demonstrado que biópsias de achados inespecíficos não apresentam benefícios diagnósticos. A literatura ressalta que essa prática pode ser benéfica aos pacientes com sintomas de diarreia, dor abdominal ou em investigação de anemia.
OBJETIVO
Avaliação profunda do íleo através da colonoscopia convencional afim de diagnosticar alterações e estabelecer relações com as queixas do paciente e indicações do exame.
MÉTODOS
Neste estudo epidemiológico transversal foram realizadas 100 intubações profundas do íleo durante colonoscopias em serviço de endoscopia de hospital terciário no ano de 2022. Considerou-se intubação profunda de íleo a progressão distal do aparelho em relação à válvula ileocecal em 20, 30 ou 40 cm. Foram excluídos os pacientes com doença inflamatória intestinal ou cirurgias de cólon e/ou delgado. Biópsias ileal foram realizadas em pacientes com diarreia ou naqueles assintomáticos com alterações da mucosa, como edema, erosões, hiperemia ou úlceras. A tabulação e cruzamento de dados obtidos foram feitas pelo software do Excel 2019.
RESULTADOS
Dos 100 pacientes submetidos ao estudo, 11% apresentaram alterações endoscópicas. Ainda dentre a totalidade, 74% fizeram exame para prevenção do câncer colorretal e 26% apresentavam sintomas, sendo a diarreia o principal. Foram realizadas biópsias seriadas em 6 pacientes com ileoscopia normal com queixa de diarreia. Já entre os pacientes com mucosa alterada de íleo, 63,6% eram do sexo masculino, 36,3% apresentavam sintomas e a faixa etária predominante foi de 50 a 70 anos (45,4%). Os principais achados foram hiperemia/erosões (54,5%) e úlceras (18%). Todos os anatomopatológicos obtidos de pacientes com sintomas ou alterações de mucosa ileal tiveram achados inespecíficos, não corroborando para um diagnóstico definitivo. Outros achados do íleo distal incluíram divertículos e pólipos.
CONCLUSÃO
A intubação ileal de rotina em pacientes não selecionados pode ser questionada e depender da indicação do exame e presença de sintomas. Vale ressaltar que a prática deve ser estimulada em centros de treinamento para desenvolver a habilidade técnica do endoscopista quando a investigação deste segmento for necessária, inclusive para exames avançados, como a enteroscopia. Contudo, estudos comparativos com enteroscopia guiada por balão podem demonstrar novos resultados e possibilidades.

Área

Endoscopia - Intestino delgado

Autores

BRUNA LEMOS SILVA, THIAGO FESTA SECCHI, CARLOS CAMPREGHER CAVENAGUE, ROSIVAL VICENTE DE PAULA, BRUNA RIBEIRO KRUBNIKI, PEDRO HENRIQUE TELES PRADO, ALEXIS CARVALHO HOOPER, LIVIA MARIA PACELLI MARCON BIAGIONI, BRUNO TRENTINI, TEOFILO GALVÃO DE MENDONÇA, LUCAS VASCO ARAGÃO, PAULA CRISTINA DE MORAIS FREITAS, ANDRESSA TOMÉ REZENDE DE FARIA, TOMAZO ANTONIO PRINCE FRANZINI, RICARDO ANUAR DIB, MARIANA POTRICH MAYMONE DE SOUZA