Dados do Trabalho
Título
DIVERTÍCULO APENDICULAR ASSOCIADO A APENDICITE AGUDA: Um relato de caso
Resumo
Apresentação do Caso
WL, homem, 30 anos, com dor epigástrica e anal há 15 dias associado a febre e mucorreia. Ao exame físico: abdome depressível, doloroso à palpação profunda de fossa ilíaca direita, sem defesa, blumberg negativo. Sinais vitais estáveis. Exames laboratoriais: Leucócitos 13880 (segmentados 80,6%, linfócitos 10,1%) PCR 98,59, PU com leucocitúria. Tomografia com sinais de processo inflamatório apendicular associados a coleção contendo ar no fundo de saco medindo cerca de 5,2 cm no maior eixo axial e espessamento das paredes do reto associado a densificação do tecido adiposo perirretal. Optado por realizar apendicectomia. No ato cirúrgico, notou-se a presença de bloqueio de omento em fossa ilíaca direita e aderências peritoneais, o apêndice com ponto aderido em direção à retroperitônio com perfuração e divertículos em seu corpo com abscesso bloqueado ao seu redor, reto com sinais inflamatórios sem perfuração ou sinais de isquemia. No pós operatório, paciente evoluiu bem e foi de alta hospitalar em 2 dias.
Discussão
A diverticulose apendicular (DA) é caracterizada pela presença de divertículos no apêndice cecal que pode se apresentar na forma assintomática, aguda ou crônica e recorrente. Sua incidência varia entre 0,72% a 2% de divertículos no apêndice e 0,004% para divertículos congênitos verdadeiros, demonstrando a raridade da doença. A DA aguda quando comparada com a apendicite, apesar de quadro clínico similar, ocorre em homens adultos mais velhos e geralmente são achados incidentais que ocorrem durante uma apendicectomia ou até após a cirurgia, pois são dificilmente diagnosticados em exames de imagem, como nesse caso em que não foi possível fazer o diagnóstico tomográfico. Podem ser classificados morfologicamente em quatro subgrupos (diverticulite sem apendicite, diverticulite com apendicite, apendicite sem diverticulite e diverticulose incidental sem apendicite). Apresentam elevada prevalência de associações com neoplasias como pseudomixomas peritoneais, chegando a taxas de 26,94% comparados à 1,28% em casos sem diverticulose. A elevada taxa de prevalência de neoplasias evidencia a necessidade de realização de apendicectomias profiláticas com intuito de evitar malignidades e perfurações. Posteriormente, deve-se encaminhar as peças a patologistas para avaliação histológica completa a fim de descartar outras neoplasias e patologias subjacentes.
Comentários Finais
A DA sintomática ou não é sempre tratada cirurgicamente com apendicectomia.
Área
Cirurgia - Cólon
Autores
Edmundo Damiani Bertoli, Thiago Faraco Nienkotter, Arthur de Oliveira Dellagiustina, Manuella Bernardo Ferreira, Francisco Schossler Loss, Bárbara Michels Martins, Willy José de Macedo Netto, Marcelo Borges Moreira, André Luiz Parizi Melo, Orli Franzon