XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

O video que segue mostra a abertura endoscópica de uma gastroenteroanastomose em uma BTI. Se precisasse uma abordagem laparoscópica seria complicada pela distensão abdominal. Teriam alguma sugestão para evitá-la?

Resumo

Paciente A. T. R., 37 anos, sexo feminino, administradora, procedente de Cruz Alta-RS.
Paciente com obesidade nos últimos 20 anos, consultou em janeiro de 2021 com IMC 40 kg/m2 (105 kg, alt 162), com comorbidades (HAS em uso de Losartana e HCTZ), sendo indicado tratamento cirúrgico da obesidade. Após realizar exames pré-operatórios (laboratório, ecg, endoscopia digestiva e manometria esofágica), houve indicação de Sleeve gastrectomy com Bipartição Intestinal (SG + BTI), a qual foi realizada no dia 16/02/2021. Essa técnica cirúrgica consiste em uma gastrectomia vertical, com uma gastroenteroanastomose em Y de Roux, localizada na grande curvatura do antro gástrico. O procedimento cirúrgico ocorreu sem intercorrências, com alta hospitalar 24 horas após.
Durante as consultas pós-operatórias, houve perda ponderal adequada (108 - 106,5 - 98 - 92 - 88,8 - 85 - 80 Kg. Porém, na consulta de revisão de 9 meses pós-operatório, a paciente queixou-se de dor abdominal no hipocôndrio direito, constipação de até 10 dias e pirose, que não ocorrera mais depois da cirurgia, porém voltou a ter. Foi solicitada tomografia computadorizada de abdômen e endoscopia digestiva alta.
A endoscopia visualizou uma área cicatricial no antro gástrico, com estenose total da gastroenteroanastomose. A tomografia estava sem alterações, o contraste via oral progrediu além do piloro, mas não progredia pela gastroenteroanastomose.
Optou-se pelo tratamento endoscópico da estenose, o qual foi realizado no centro cirúrgico, sob anestesia geral.
Iniciamos a dissecção do estômago na área cicatricial onde estava localizada a gastroenteroanastomose previamente. Utilizamos uma alça de polipectomia, em forma de estilete e iniciamos a dissecção com eletrocauterio no modo corte a 50 watts. Dissecamos todas as camadas do estômago até visualizarmos um ponto de perfuração. Prosseguimos com dilatação desse orifício com balão hidrostático até 15 mm. Posteriormente, realizamos a septotomia com o estilete novamente, restaurando o diâmetro da anastomose.
Em consulta de revisão 30 dias após o procedimento, a paciente encontrava-se sem queixas, sem pirose, sem dor abdominal e normalizou o hábito intestinal. Procedemos com endoscopia de controle, a qual evidenciou gastroenteroanastomose pérvia, com aproximadamente 20 mm de diâmetro.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Iran dos Santos Moraes Junior, Kalil Fontana, Carlos Augusto Scussel Madalosso