Dados do Trabalho

Título

ADENOCARCINOMA DE AMPOLA DE VATER: UM RELATO DE CASO

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 69 anos, atendida em Fortaleza-CE devido fratura de fêmur esquerdo após trauma de baixa intensidade por queda. Na internação, apresentou dor abdominal inespecífica de leve intensidade, associada a colúria e icterícia. Foi encaminhada ao serviço de cirurgia geral para esclarecer a icterícia. Na admissão, paciente se mostrava desorientada em tempo e espaço, afebril, ictérica (4+/4+) e com presença de anasarca. Ao exame abdominal, havia sinal de Courvoisier-Terrier. Exames laboratoriais mostraram anemia leve, transaminases alteradas, presença de hipoalbuminemia e bilirrubina total elevada, às custas da bilirrubina indireta. Nos exames de imagem, a vesícula biliar se apresentava distendida, hidrópica, com múltiplos cálculos e paredes finas. A árvore biliar intra e extra-hepática encontrava-se distendida, com diminuição do colédoco distal na RM e sua completa visualização na US. Foi realizada uma cirurgia de Whipple associada a enterectomia segmentar em porção de intestino delgado há 120 cm do ângulo de Treitz. O resultado do exame anatomopatológico do espécime retirado foi adenocarcinoma invasivo, com margens livres e metástases em um linfonodo peripancreático. Paciente recebeu alta hospitalar no 10º dia pós-operatório, manteve acompanhamento por um ano no serviço de cirurgia geral, sem remissão ou complicação. Foi, então, referenciada a um serviço de oncologia clínica. DISCUSSÃO: O adenocarcinoma de ampola de Vater representa cerca de 0,2% dos tumores gastrointestinais e pertence ao grupo de tumores periampulares, que se manifestam próximos a essa topografia. Essa neoplasia pode apresentar sintomas inespecíficos ou relacionados a obstrução hepatobiliar, destacando-se a icterícia, anemia e dor abdominal, apresentados neste caso. É interessante notar sua peculiaridade anatômica de estar relacionado com a junção do trato biliar, pancreático e duodenal, tornando-o ainda mais relevante. 80 a 90% desses tumores podem ser tratados com cirurgia, sendo a cirurgia de Whipple a de escolha. É importante que seu tratamento ocorra precocemente, possibilitando um melhor prognóstico, o qual dependerá do tamanho do tumor, grau de invasão e de ressecabilidade curativa. COMENTÁRIOS FINAIS: Relatou-se o caso de uma paciente com adenocarcinoma de ampola de Vater, cuja descoberta se deu graças a uma fratura de fêmur que a levou a ser hospitalizada. Optou-se pelo tratamento cirúrgico, que resultou na resolução completa do caso.