XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Ecoendoscopia: perfil clínico-epidemiológico dos pacientes submetidos ao exame e análise das características ecoendoscópicas, histológicas e bioquímicas encontradas

Resumo

Introdução: A Ecoendoscopia é um exame importante na prática clínica, principalmente na avaliação do trato biliopancreático, de lesões subepiteliais e no estadiamento de neoplasias do trato gastrointestinal, além de possibilitar intervenções terapêuticas, proporcionando tratamentos minimamente invasivos.
Objetivo: Avaliar os aspectos ecoendoscópicos, bioquímicos e histopatológicos do exame, bem como descrever o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes submetidos à ecoendoscopia.
Metodologia: Estudo observacional analítico transversal, com coleta de dados secundários de prontuários de pacientes submetidos à ecoendoscopia, entre março de 2015 até maio de 2022, em uma clínica privada no sul de Santa Catarina.
Resultados: Observou-se um número de 587 pacientes, com média de idade de 55,6 anos, e 62% dos pacientes eram do sexo feminino. Foi visto que 94,7% das ecoendoscopias eram altas e 5,3% baixas. As indicações mais frequentes foram: lesões subepiteliais (48,2%) e lesões pancreáticas (24,7%). Punções ecoguiadas foram realizadas em 29,6% das ecoendoscopias. A maioria das amostras advêm do pâncreas, representando 63,8% das coletas, seguido pelo estômago com 17,2%, esôfago com 7,5%, duodeno com 6,9%, enquanto o mediastino e a papila duodenal somaram 4% do total. Ao observar o laudo ecoendoscópico, notou-se que as alterações mais frequentes foram: lesão subepitelial do trato gastrointestinal alto (47,3%), cisto pancreático (14%), lesão sólida pancreática (8,7%) e microlitíase vesicular (3,6%). Entre as lesões subepiteliais, 87,4% eram hipoecoicas, 9,1% anecoicas, 85,7% eram homogêneas, 96% eram bem delimitadas, 50% localizadas na submucosa e 38,5% na muscular. Entre os laudos histológicos e bioquímicos, as lesões mais prevalentes obtidas foram: cisto pancreático mucinoso (16,6%), cisto pancreático não mucinoso (14,3%), neoplasia mesenquimal (12%), neoplasia neuroendócrina (11,4%) e adenocarcinoma pancreático (6,3%).
Conclusão: A maioria dos pacientes eram mulheres acima de 50 anos. As principais indicações foram lesões subepiteliais e cistos pancreáticos, necessitando de punções ecoguiadas em cerca de um terço dos exames, sendo a maioria realizadas no pâncreas. Somadas, lesões subepiteliais e lesões pancreáticas representaram 70% das alterações encontradas no laudo do exame. Em relação aos laudos das punções, cistos pancreáticos mucinosos, cistos pancreáticos não mucinosos e neoplasias mesenquimais do trato gastrointestinal foram os achados mais prevalentes.

Área

Endoscopia - Ecoendoscopia

Autores

Vitória Silva Rosa, Luan Esmeraldino Nesi, Isabela Pizzetti, Pedro Henrique Figueiredo Espíndola, Camila Sipriano Silva, Davi Diomário Rosa, João Vitor Santos Back, Maria Eduarda Ghedin Frassetto, Thiago Mamoru Sakae, Manoel Carlos Brito Cardoso