XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

COLANGITE ESCLEROSANTE SECUNDÁRIA: SEQUELA TARDIA POR ABORDAGEM CIRÚRGICA

Resumo

A colangite esclerosante secundária (CES) é uma doença colestática caracterizada por estenoses focais e dilatação dos ductos biliares intra e extra-hepáticos em pacientes sem história prévia de doença hepatobiliar. As principais causas secundárias são isquêmicas, induzida por drogas e iatrogênicas. As manifestações clínicas mais comuns são fadiga, icterícia e dor abdominal. Em termos bioquímicos há elevação dos níveis séricos de bilirrubinas, gama glutamil transferase e fosfatase alcalina.
A Colangiografia por Colangiorressonância (CPRM) continua sendo o estudo de referência na avaliação radiológica, embora outros estudos possam demonstrar outros achados.

CASO CLÍNICO 
Homem, com história prévia de colecistectomia em 2005 e exploração de vias biliares com anastomose biliodigestiva colédoco-duodeno por coledocolitíase em 2014. Compareceu na consulta com relato de dor abdominal em hipocôndrio direito, constante e sem irradiações. Associado a icterícia intermitente, vômitos  e acolia fecal. Apresentava-se prostrado, afebril, anictérico. Abdome flácido, timpânico, doloroso a palpação profunda em hipocôndrio direito, murphy negativo. Analiticamente, apresentava: aumento das transaminases (ALT 82 UI/L; AST 54 UI/L) e dos parâmetros de colestase (FA 165 UI/L; GGT 425UI/L), bilirrubinas normais.
CPRM: Aerobilia e discreta dilatação das vias biliares intra-hepáticas à esquerda. Comunicação do duodeno com a via biliar superior favorecendo a possibilidade de derivação coledocoduodenal. Ecoendoscopia digestiva alta: “Status” pós derivação biliodigestiva com anastomose coledocoduodenal preservada; Espessamento de paredes do colédoco, sugerindo colangite crônica; Coledocolitíase e barro biliar;
Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE): Vias biliares intra e extra-hepáticas com importante dilatação. Derivação biliodigestiva e ausência de vesícula biliar. Papilotomia. Ausência de cálculos ou áreas de estenose. Nota: ponderar colangite ascendente como possível etiologia para icterícia recorrente.
DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS FINAIS
Observa-se que neste paciente, a abordagem laparoscópica evidenciou dilatações dos ductos hepáticos esquerdo e a CPRE descartou alterações do colédoco e da papila. Esses dados permitiram o diagnóstico de colangite esclerosante secundária.
Este estudo descreve um caso de paciente pós operatório de colecistectomia e pós derivação biliodigestiva, evoluindo para colangite esclerosante, evidenciado por achado na CPRM e CPRE

Área

Gastroenterologia - Fígado

Autores

THAYANE VIDON ROCHA PEREIRA, RODRIGO OLIVEIRA DE ALMEIDA, WILSON MARQUES RAMOS JUNIOR, THAYNARA BRANDÃO DA COSTA CASTRO, MARTA HELENA MORAIS OKUBO, KETLIN BATISTA DE MORAIS MENDES, ANANDA CASTRO CHAVES ALE, LORENA CORREA DE MORAES, MARCELA CRISTINA BARROS LOPES, ARMANDO DE HOLANDA GUERRA JUNIOR, ARLENE DOS SANTOS PINTO