XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

CORPO ESTRANHO ATÍPICO NO ESÔFAGO: RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO
A ingestão de corpo estranho é comum na prática do endoscopista, causando cerca de 1500 mortes por ano no Brasil. Pode ser acidental, mais comum em crianças com menos de 3 anos, ou proposital, mais comum em adultos, especialmente pacientes psiquiátricos ou suicidas. Nas crianças os corpos estranhos mais comuns são moedas e brinquedos. Já nos adultos são mais encontrados ossos de galinha, espinha de peixe, partes de dentadura ou outros objetos.
APRESENTAÇÃO DO CASO
Paciente do sexo feminino, 27 anos, em tratamento com psiquiatra, dá entrada em pronto socorro particular da cidade de Manaus com historia de há 4 horas ter engolido escova de dente e evoluir com dispneia, epigastralgia e dor torácica de forte intensidade. Foi realizada tomografia de tórax que evidenciou presença de corpo estranho de baixa densidade (escova de dente) ocupando os 9 cm distais do esôfago, passando pelo cardia, por cerca de 9 cm para o interior do estômago. À endoscopia presença de corpo estranho impactado (escova de dente) que se estende até a transição esofagogastrica (TEG) próximo ao cárdia, além de mucosa do órgão com áreas de lacerações lineares recobertas por hematina, não sangrantes no momento do exame. Foi realizada retirada do corpo estranho com auxílio de alça de polipectomia até região do cricofaríngeo , onde optou-se por retirar a alça e o aparelho de endoscopia do paciente, e com auxilio de pinça e laringoscópio completou-se a retirada. Na revisão do exame, foram vistas áreas de edema e lacerações com sangramento autolimitado na região do cricofaríngeo. No estômago foi visto lago mucoso com restos hemáticos e o duodeno apresentou-se endoscopicamente normal. Paciente evoluiu com melhora clínica e recebeu alta no dia seguinte.

DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS
Apesar de 75% dos corpos estranhos passarem pelo esôfago e entrarem no estômago, o órgão é vulnerável à retenção de material. Sabe-se que 10 a 20% dos casos necessita de remoção endoscópica e 1%, tratamento cirúrgico. O raio X simples pode ser o exame inicial realizado, porém há limitação para objetos radiotransparentes. A remoção endoscópica é o método de escolha pela eficácia, segurança e baixa incidência de complicações. Corpos estranhos no esôfago podem causar desde obstrução até perfuração e mediastinite, podendo provocar fístulas, pneumotórax, pericardite e tamponamento cardíaco. A endoscopia digestiva é o exame mais indicado pois além de diagnóstica também pode ser terapêutica.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

RODRIGO OLIVEIRA DE ALMEIDA, MARIANE DE SOUZA CAMPOS COSTA, LORENA CORREA DE MORAES, JESSE BISCONSIN TORRES, THAYANE VIDON ROCHA PEREIRA, THAYNARA BRANDÃO DA COSTA CASTRO, MARTA HELENA MORAIS OKUBO, KETLIN BATISTA DE MORAIS MENDES, ANANDA CASTRO CHAVES ALE, ALINE DE VASCONCELLOS COSTA E SÁ STORINO