Dados do Trabalho
Título
PREVALÊNCIA DOS SINTOMAS DISPÉPTICOS EM PORTADORES DE DOENÇA DE CROHN
Resumo
Introdução: Doença de Crohn (DC), uma doença inflamatória intestinal, crônica, idiopática que acomete o TGI de forma segmentar, assimétrica e transmural. Manifestações clínicas dependem da área afetada. Náuseas, vômitos e dor epigástrica são comuns no envolvimento gastroduodenal. Tratamento é realizado com terapia convencional ou biológica, sendo esta responsável por alguns eventos adversos, como dispepsia. Síndrome dispéptica (dispepsia funcional) é classificada pelos Critérios de ROMA IV e definida por sintomas dispépticos recorrentes ou persistentes, originários da região gastroduodenal, na ausência de doença orgânica ou metabólica que explique os sintomas ou com endoscopia digestiva alta com resultados normais. Subclassificada em síndrome do desconforto pós prandial e síndrome da dor epigástrica. Os sintomas dispépticos são saciedade precoce, queimação epigástrica não irradiada, dor epigástrica e plenitude pós prandial, podem coexistir com outros sintomas. Estudo realizado em Belo Horizonte a prevalência de síndrome dispéptica na população em geral foi de 10,6%. Objetivo: Avaliar prevalência dos sintomas dispépticos nos portadores de Doença de Crohn em acompanhamento ambulatorial em hospital universitário. Método: Estudo descritivo com a coleta de dados através de questionário próprio (jan/22 a mar/22), aplicados durante consulta de rotina. Incluídos >18 anos com DC. Exclusão: neoplasia ativa, gestação, úlceras pépticas. Variáveis: sexo, idade, cor, localização da doença, medicação e o tempo de uso, histórico familiar, alcoolismo, tabagismo, sintomas dispépticos definidos pelo ROMA IV e tempo dos sintomas. Resultados: 31 pacientes; 55% mulheres, 48% pardos e 26% (61 a 70 anos). Prevalência dos sintomas dispépticos foi de 77,4% (24 pacientes). Queimação epigástrica foi relatado em 61% dos indivíduos, dor epigástrica em 41,4%, saciedade precoce em 45% e plenitude pós prandial em 35,5%. Sobreposição dos sintomas foi frequente. Dos 24 pacientes com sintomas dispépticos, 58,3% faziam uso de tratamento biológico, desses 28,6% relataram sintomas após o início do tratamento. Conclusão: Prevalência de sintomas dispépticos nessa amostra foi de 77,4%, com maioria com sintomas sobrepostos. O sintoma mais prevalente foi queimação epigástrica.
Área
Gastroenterologia - Estômago/Duodeno
Autores
Lara Luiza Aparecida Cardoso, Gabriel Matos Freitas, Agueda Maria Ferreira Miranda, Carlos Eduardo Brandão-Mello, Amanda Saavedra Calé da Costa, Mariana Vianna Ferraiuoli, Rafaela Diniz Perpétuo, Alexandre L Iashan, Evelyn Sayuri Simabuguro Chinem, Cibele Franz, Marcia Lyrio Syndorf