XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Avaliação da qualidade de preparo colônico em um Serviço Universitário

Resumo

Introdução: A colonoscopia é considerada o exame padrão-ouro para a avaliação do cólon. Tal exame se faz necessário para uma melhor investigação de sintomas do trato gastrointestinal. O bom preparo intestinal para sua realização é um passo complexo que envolve modificação da dieta e uso de laxantes, de acordo com as necessidades e características de cada paciente, sendo, portanto, um ponto imprescindível para um adequado exame colonoscópico. Segundo diretrizes, a intubação cecal e a taxa de detecção de adenoma estão intimamente ligadas à qualidade do preparo. Objetivo: Avaliar a qualidade do preparo colônico, bem como variáveis associadas nos pacientes submetidos à colonoscopia no Serviço de Endoscopia de um Hospital Universitário na região Sul do país. Metodologia: Estudo transversal, realizado em um período de 6 meses. Foi aplicado um questionário preenchido pelos pesquisadores pré-procedimento e coletado dados relacionados ao exame. Os dados foram analisados no programa SPSS 22.0 e os valores <0.05 foram considerados significativos. Resultados: Foram avaliados 260 pacientes com média de idade de 60,24 anos. Sendo que desses, 62,7 % eram do sexo feminino; 7,3 % pacientes internados; 68,8 % caucaseanos; 17,3 % com diagnóstico de câncer colorretal prévio; 15,8 % já submetidos à cirurgia colorretal e com taxa de detecção de adenoma em 37,3 % dos procedimentos. Observou-se associação estatisticamente significativa entre classificação de Boston e neoplasia colorretal prévia (p=0,027), paciente internado (p=0,001) e detecção de adenoma (p=0,028). No estudo Jawa et al, pacientes internados apresentam maiores taxas de preparo inadequado (Boston < 6), refletindo em exames incompletos com necessidade de reagendamento e prolongamento da internação, aumentando a susceptibilidade à intercorrências e infecções. Sobre a detecção de adenomas, o estudo de Florian et al. infere que um mau preparo se relaciona a uma menor detecção de pólipos, independente do tamanho, contudo sem diminuição da frequência de detecção de câncer. Conclusão: A avaliação da qualidade do exame endoscópico e do preparo intestinal para sua realização, têm se demonstrado como temas pertinentes na prática clínica, haja visto a plausibilidade de sua relação com maiores taxas de detecção de pólipos e adenomas, e consequentemente a prevenção de câncer colorretal.

Área

Endoscopia - Colonoscopia

Autores

Isabela Oliveira de Miranda, Felipe Silveira Martins Sartori, Marcos Rech Londero, Maria Eduarda Steinmetz Kaczen, Isadora Spiering, Caroline Borges de Castro, João Hélio Alves Marciano Neto, Elza Cristina Miranda da Cunha Bueno, Gustavo Gonzales Real, Marina de Borba Oliveira Freire, Talita Vila Martins, Lucas Martins Freire, Gabriela Riva Mehringer, Filipe Lisboa de Carli