Dados do Trabalho

Título

Principais fatores de risco e exposição à infecção por Hepatites B e C

Resumo

Hepatites causadas pelos vírus B e C constituem um grave problema de saúde pública, com meta de erradicação no Brasil até 2030. A transmissão desses patógenos ocorre, primordialmente, por via sexual no vírus B e parenteral no vírus C. Fatores como transfusões sanguíneas, relações sexuais desprotegidas e/ou com múltiplos parceiros e uso de drogas injetáveis são relevantes cenários para propagação desses vírus. Apesar da melhoria das condições de saneamento, da vacinação contra a Hepatite B e das novas técnicas de diagnóstico do vírus C, as condições do país, sua heterogeneidade socioeconômica, a distribuição irregular de serviços de saúde, e a desigualdade na tecnologia de diagnóstico e tratamento de doenças são importantes elementos a serem considerados na avaliação do processo endemo-epidêmico das hepatites virais. O estudo objetivou quantificar a exposição de uma amostra aos vírus da Hepatite B e C, analisando os principais fatores de risco presentes. É um estudo transversal descritivo realizado em um terminal rodoviário na cidade de Fortaleza - CE, durante a campanha de testagem rápida para hepatites virais do tipo B e C nos dias 9 e 16 de julho de 2022. A amostra foi composta por transeuntes do local, maiores de 18 anos, sem fator de exclusão. Após o Termo de Consentimento livre esclarecido foram coletados dados sociodemográficos e clínicos. Participaram da pesquisa 300 pacientes, a maioria do sexo masculino (n=187; 55,74%), com média de idade 47,47 (DP 15,96) anos, havendo predominância de residentes de Fortaleza - CE. Os resultados dos testes mostraram 0,66% (n=2) reagentes para o vírus da Hepatite C e 100% (n=300) não reagentes para o vírus da Hepatite B. Em relação aos fatores de risco foi constatado: 62,90% (n=176) tem relações sexuais sem uso de preservativos, 10,04% (n=38) afirmaram terem relação com vários parceiros nos últimos 12 meses, 4,51% (n=12) já realizaram transfusão sanguínea antes de 1993; 59,51% (n=171) realizou algum procedimento cirúrgico; 20,00% (n=64) possuíam tatuagem; 0,45% (n=2) já fez uso de drogas injetáveis; 27,90% (n=93) compartilham materiais perfuro cortantes. Nenhum dos pacientes possuíam Hemofilia. Grande parte da amostra de pacientes testados apresentam, em suas práticas habituais, fatores de risco predisponentes às infecções por hepatites virais B e C, sendo a prática de relações sexuais sem uso de preservativos o principal fator de risco, seguido da realização de procedimentos cirúrgicos.