Dados do Trabalho

Título

Incidência de pancreatite pós CPRE em pacientes submetidos a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica por coledocolitíase

Introdução

Introdução – A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica é o exame essencial para diagnóstico e terapêutica da coledocolitíase. É um procedimento complexo, invasivo e apresenta associação com complicações potencialmente graves, sendo a pancreatite pós-CPRE a mais frequente e temida.
Objetivo – Avaliar a ocorrência de pancreatite aguda pós CPRE em pacientes com suspeita de coledocolitíase, sua gravidade e identificar possíveis fatores de risco.
Método – Foi realizada uma pesquisa quantitativa descritiva retrospectiva por meio de levantamento de dados de prontuários de pacientes com suspeita de coledocolitíase submetidos a CPRE no período de 03/2020 a 03/2022. Os critérios avaliados foram sexo, idade, uso de indometacina e grau da pancreatite.
Resultados – A amostra foi composta por 416 pacientes, sendo 63% mulheres e 37% homens. A média de idade da amostra foi 57,1 anos, e nos pacientes com pancreatite pós CPRE, foi 52,4 anos. Um total de 39 pacientes (9,37%) evoluíram com pancreatite, dos quais 29 (6,97%) no sexo feminino e 10 (2,4%) no sexo masculino. A média de idade dos pacientes com pancreatite foi de 49,8 anos no sexo feminino e 60 anos no sexo masculino. Dos pacientes que evoluíram com pancreatite, 23 (5,53%) fizeram uso de indometacina e 16 (3,84) não fizeram seu uso. Em relação ao grau de pancreatite, 31 pacientes (59%) evoluíram com a forma leve, 3 pacientes (7,7%) moderada e 5 pacientes (12,9%) grave. Ao analisar os pacientes que evoluíram para pancreatite, por faixa etária identificamos 12 mulheres até 40 anos (14,63%), das quais 10 (12,2%) usaram indometacina e 2 (2,43%) não usaram; 9 mulheres de 40 a 60 anos (11,84%) das quais 7 (9,21%) usaram indometacina e 2 (2,63%) não usaram; 8 mulheres acima de 60 anos (7,7%) das quais 2 (1,92%) usaram indometacina e 6 (5,78%) não usaram; 2 homens até 40 anos (7,40%), que não usaram indometacina; 3 homens de 40 a 60 anos (7,31%) que não usaram indometacina; 5 homens acima de 60 anos (5,81%) dos quais 4 (4,65%) usaram indometacina e 1 (1,16%) não usou.
Conclusão – A ocorrência de pancreatite quando relacionada a coledocolitíase, mostrou índice de 9,37% nessa amostra, o que está dentro dos intervalos observados na literatura. O predomínio da forma leve foi observado, assim como na literatura. Houve o predomínio de pancreatite em mulheres jovens, porém a incidência de pancreatite nessas mulheres foi maior naquelas que fizeram uso de indometacina, o que está fora do relatado na literatura.