Dados do Trabalho

Título

Anastomose cervical supercarregada para esofagectomia (SAFE) com tubo gástrico- Resultado comparativo entre SAFE e não-SAFE- A propensity score study

Resumo

OBJETIVO: A esofagectomia é um procedimento cirúrgico de alto risco, de modo que a deiscência da anastomose é uma das complicações mais temidas, provavelmente relacionada à diminuição da sua perfusão. A anastomose "supercarregada" cervical consiste em anastomose microvascular entre vasos cervicais e do tubo gástrico (Supercharged cervical Anastomosis For Esophagectomy- SAFE) e foi realizada em pacientes selecionados para complementar o suprimento sanguíneo para o tubo gástrico e anastomose, após a esofagectomia. Este estudo teve como objetivo avaliar os resultados após a realização da anastomose cervical supercarregada para procedimento de esofagectomia. MÉTODOS: Foi realizada uma coorte retrospectiva que avaliou pacientes submetidos à esofagectomia com reconstrução gástrica e anastomose cervical por carcinoma esofágico localmente avançado com ou sem procedimento SAFE entre 2009 e 2021, sendo avaliadas características como idade, sexo, tipo histológico e estadiamento, tipos de complicações, mortalidade e sobrevida global, sendo comparadas entre grupo SAFE e não SAFE a partir do sistema de análise de propensões (propensed matched score system- PMS) através de análises univariada e multivariada. RESULTADOS: O estudo envolveu 421 pacientes, 71 com procedimento SAFE e 350 sem procedimento SAFE. Após PMS (1:1) permaneceram 65 pacientes em cada grupo. Do total, 77% eram homens, com média de idade de 65,3 anos. A análise univariada mostrou procedimento SAFE com menor ocorrência de fístulas HR 3,05 (1,32-5,34) e menos complicações clínicas HR 3,24 (1,56-5,67). Na análise multivariada, o procedimento SAFE foi associado à menor ocorrência de fístula HR 3,1 (2,43-4,32). Comparando as sobrevidas globais (3 anos), o grupo SAFE apresentou melhores resultados (SAFE 52,3%; não SAFE 31,2%). CONCLUSÃO: A anastomose cervical supercarregada para esofagectomia está relacionada à baixa ocorrência de fístula anastomótica e melhora da sobrevida global.