XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Bipartição em tratamento cirúrgico paliativo no câncer gástrico avançado

Resumo

Paciente, sexo masculino, 70 anos, com hisória de síndrome pilórica associada a perda ponderal com diagnostico de adenocarcinoma invasivo ulcerado, pouco diferenciado a 40 cm da arcada dentária superior, em antro gástrico,
Ele foi internado para realização de gastrectomia parcial, porém, devido a irressecabilidade do tumor, foi optado pela confeccão manual de uma gastroenteroanastomose de jejuno seguida de bipartição gástrica de 4 cm de tamanho de maneira horizontal, a aproximadamente 3 cm da anastomose. Além disso, foi posicionado uma sonda nasoenteral (SNE) no intraoperatório.
Iniciou-se dieta líquida de prova, via oral no segundo dia de pós operatório, pastosa no terceiro e branda a partir do quinto dia evoluindo sem relatos de náuseas ou vômitos, sem distensão abdominal, com evacuacões presentes, recebendo alta no sexto dia. Foi optado pela retirada da SNE devido a boa aceitacão da dieta.
Discussão: O câncer gástrico é o quarto tipo de câncer mais comum no mundo, mais prevalente no sexo masculino. Na maior parte dos países os pacientes chegam para tratamento em estágio avançado da doença devido ao fraco rastreamento e a sintomatologia tardia. Então, foi criada uma abordagem cirúrgica paliativa, a gastroenteroanastomose com bipartição gástrica, trazendo uma melhora da qualidade de vida.
A gastroenteroanastomose promove a passagem do conteúdo gástrico para o intestino delgado sendo feita entre a parede posterior do estômago e a alça intestinal mais próxima, latero-lateral e sem tensão. Porém, causa uma dificuldade de esvaziamento gástrico e recidiva da obstrução devido ao crescimento tumoral próximo a anastomose. Foi, então, criado a bipartição de Devine modificada que consiste no grampeamento horizontal do estômago a aproximadamente 3 cm da pequena curvatura, formando duas câmaras gástricas.
A associação dos dois procedimentos tem demonstrado uma melhor passagem do conteúdo gástrico para o intestino, o que faz com que o paciente aceite melhor a dieta via oral. Com isso, ocorre uma melhora na sobrevida e da qualidade de vida do paciente, possibilitando até mesmo quimioterapia paliativa por mais tempo.
Foi visto também, que a bipartição é um procedimento seguro, com poucas complicações e baixa mortalidade.
Comentários finais: A opção pela realização da gastroenteroanastomose de jejuno com bipartição gástrica foi em tentar manter a dieta oral melhorarando a qualidade de vida do paciente, o que foi obtido com sucesso no pós operatório imediato.

Área

Cirurgia - Estômago

Autores

Gabriela Debs Diniz, Jennyfer Kellen Lázaro da Rocha, Matheus Dantas Gomes Gonçalves, Gabriela Silva de Queiroz, Fernando de Paiva Melo Neto, Pericles Jose Carvalho de Oliveira