XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ERGONOMIA NA ENDOSCOPIA: Análise de um questionário aplicado entre endoscopistas

Introdução

INTRODUÇÃO
A endoscopia digestiva é uma atividade fisicamente exigente, que requer treinamento para que seja realizada com competência. Observa-se uma alta prevalência de lesões musculoesqueléticas associadas à manobras de uso excessivo nessa prática (37-89%). Por sua vez, a ergonomia tem como objetivo otimizar a interação do operador com suas ferramentas e seu local de trabalho, minimizando essas lesões.
OBJETIVO
Este trabalho visa analisar os fatores de riscos associados à prática da endoscopia, que estejam relacionados ao surgimento e agravamento das lesões osteomusculares e suas sintomatologias, bem como determinar a correlação com as medidas de ergonomia.
METODOLOGIA
Estudo transversal observacional, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa e pela Plataforma Brasil (CAAE 12757019.1.0000.5479), cujos dados foram coletados através de um questionário digital entre endoscopistas que atuam na cidade de São Paulo/SP. Todos os dados foram analisados no SPSS 23 (IBM SPSS Statistics, 2015). Para os dados obtidos foram analisados em testes descritivos, teste t, teste qui-quadrado e correlação de spearman. O nível de significância de 95% (p<0,05) foi usado para todas as análises.
RESULTADOS
Foram aplicados 166 questionários, sendo 160 elegíveis. Destes, 78 (49%) foram do sexo feminino e 82 (51%) do sexo masculino. Os endoscopistas que relataram queixas osteomusculares foram de 65,4%, sendo as mais comuns: lombalgia, cervicalgia, e dor/parestesia em punho direito. A faixa etária predominante foi entre 25 a 45 anos, de 71,2%. 73,1% dos avaliados trabalhavam entre 30 a 72 horas por semana.
Dentre as posturas ergonômicas realizadas, as mais praticadas foram utilização de gaze na mão direita 65,6% e uso de calçados confortáveis 78,8%. Dos endoscopistas 55,6% realizavam atividades físicas regularmente.
Foi correlacionado as alterações osteomusculares com os seguintes fatores: tempo de atuação na área (p= 0.003), idade dos indivíduos (p=0,001), início após as atividades endoscópicas (p=0.001) e realização de fortalecimento muscular regular (p=0,001). Todos apresentaram uma correlação estatisticamente significante.
CONCLUSÃO
A prevalência de desordens musculoesqueléticas entre endoscopistas deste trabalho foi alta. Os fatores de risco que apresentaram correlação com alterações osteomusculares foram idade, tempo de atuação, dor iniciada após as atividades com endoscopia e o fator de proteção foi fortalecimento muscular regular.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Raíssa Vieira Maluf , Osvaldo Araki