XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

DISPLASIA DE APÊNDICE VERMIFORME: UM RELATO DE CASO

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente masculino, 72 anos, admitido na emergência do hospital com queixa de dor abdominal há nove dias, de início em região epigástrica, migrando para fossa ilíaca direita (FID). Ao exame físico, observou-se sinal de Blumberg positivo e dor à palpação difusa, com maior intensidade em FID e com rigidez abdominal. A ultrassonografia de abdome revelou área hipoecoica com debris móveis em FID, medialmente ao ceco, sugerido abscesso periapendicular. O paciente foi submetido a apendicectomia convencional, identificando-se pequena quantidade de líquido livre em FID e pelve, além de massa cística no apêndice. O anatomopatológico evidenciou neoplasia mucinosa de alto grau de apêndice cecal, com invasão até a submucosa e microcalcificações multifocais – estadiamento patológico pT1. DISCUSSÃO: A neoplasia de apêndice é pouco frequente, representando 0,5% dos tumores intestinais. O quadro clínico é inespecífico, o que pode retardar o diagnóstico. Na maioria das vezes, apresenta manifestação clínica em estágio inicial semelhante a apendicite aguda, com dor no quadrante inferior direito pela distensão do apêndice por mucina. O diagnóstico é por meio de exames de imagem, principalmente a tomografia, com achados como dilatação cística, visualização de massa de tecido mole, apêndice com diâmetro superior a 15mm, possível ascite mucinosa, de variável atenuação, conforme volume da doença e, especialmente, a análise anatomopatológica para firmar o diagnóstico de neoplasia. A identificação prévia de neoplasia não é comum, identificando-se, majoritariamente, em apendicectomia por suspeita de apendicite. A realização da apendicectomia convencional é suficiente para tratamento de tumores que exibem apenas doença local, indicando-se realizar ressecção em bloco do mesentério e de qualquer fluido ou muco ao redor. Há relatos que a via laparoscópica está associada à recidiva após intervenção. Em casos de lesões malignas, representando 10-20%, a hemicolectomia direita é indicada. COMENTÁRIOS FINAIS: Enfatiza-se, que quando há neoplasias epiteliais do apêndice frequentemente são mucinosas, sendo raras e heterogêneas. O potencial de malignidade é variável, com tratamento baseado no estágio e na análise patológica. O estágio neoplásico inicial geralmente é diagnosticado incidentalmente na ressecção por suspeita de apendicite, como no caso relatado. O prognóstico é dependente da ausência ou presença de ruptura e de ter ou não células epiteliais fora do apêndice.

Área

Cirurgia - Intestinos

Autores

Letícia Carvalho Ourique , Bernardo Sampaio Woloski , Júlia Copetti Burmann , Larissa Muller Emmel , Mariana Caeran , Martina Silveira Raineski , Nathalia de Oliveira Abi, Alexsander Bergenthal Leivas Barboza, Carolina Loebens Hinterholz , Laura Carlin Sebastiany , Lucas Ventura Lisboa, Milena Carolina Maciel, Thiago Henrique Gewehr Hoff, Eliseu Perius Junior, Dóris Medianeira Lazzarotto Swarowsky