XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Perfil de hospitalização por neoplasia maligna do estômago no Brasil: uma análise do período de 2013 a 2022

Resumo

INTRODUÇÃO: O câncer é caracterizado pelo crescimento e disseminação descontrolada de células anormais, que podem resultar em morte quando não tratado. Dentre os cânceres, se destaca a neoplasia maligna do estômago, que apresenta elevada prevalência e, em geral, manifesta-se com estadiamento avançado, dificultando o tratamento e prognóstico. Conhecer, portanto, o perfil dos gastos, distribuição territorial e sua natureza epidemiológica é um passo importante para um melhor planejamento de estratégias e políticas em saúde pública.
OBJETIVOS: Analisar o custo econômico, a distribuição geográfica e o perfil epidemiológico das internações hospitalares por neoplasia do estômago, no Brasil, de julho de 2013 a junho de 2022.
MÉTODOS: Estudo ecológico, transversal, retrospectivo e descritivo, baseado em informações disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. A análise descritiva foi realizada com base nas 5 regiões político-administrativas, na quantidade de internações e no estudo de informações disponíveis sobre as variáveis sexo, faixa etária, raça/cor e valor total.
RESULTADOS: No período avaliado, foram notificadas 253.913 internações por neoplasia maligna de estômago, com uma taxa de 15,2% de mortalidade e um custo de R$617.005.450,78, relativo a todo o Brasil. Destas, as respectivas prevalências foram relativas a pacientes do sexo masculino (64%), autodeclarados brancos (42,6%), atendidos em caráter de urgência (63,9%) e residentes da região Sudeste (43,6%). A maior prevalência masculina pode estar relacionada a busca tardia desses indivíduos aos serviços de saúde, além de maior propensão à exposição a fatores de risco ao longo da vida. A região Sudeste se destacou, provavelmente, em razão da qualidade de notificação, de maior disponibilidade de recursos e pela maior densidade populacional, concentrando a maior parcela (42,7%) do montante destinado nacionalmente às neoplasias. Em relação à faixa etária, observou-se maior prevalência em idosos (59,6%), o que pode ser justificado pelo acúmulo dos fatores de risco ao longo da vida.
CONCLUSÃO: Conclui-se que a neoplasia maligna de estômago se constitui como um agravo relevante para o Brasil. Dentro desse contexto, investimentos em infraestrutura, voltados para o rastreio mais eficiente de casos e para produção de conhecimento científico se configuram como ferramentas indispensáveis para a otimização dos custos e melhora da qualidade de vida dos portadores de neoplasia de estômago no país.

Área

Gastroenterologia - Estômago/Duodeno

Autores

João Gabriel Batista Simon Viana, Maria Luisa Rocha Terencio, João Vitor Xavier Santos, Gabriela Beatriz Coelho de Sousa, Pedro Felipe Miranda Badaró, Maria Gabriela Freitas Viana, Lailson Joaquim Silva, Lara Pinheiro Arenas, Erick Santos Nery, Pedro Lucas Bonfim Figueirêdo Farias, Ana Flávia Souto Figueiredo Napomuceno