Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DO CUSTO ECONÔMICO, DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES POR DOENÇA DE CROHN E POR RETOCOLITE ULCERATIVA NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA DO BRASIL ENTRE 2013 E 2022
Resumo
A doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa são duas entidades clínicas circunscritas ao grupo das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII’s). Na gastroenterologia pediátrica, são exemplos de doenças de maior impacto, apesar do conhecimento terapêutico reduzido em relação à população adulta. Considerando-se que o aparecimento das DII’s na infância implica em consequências únicas e graves, pode-se afirmar a importância de dimensionar o impacto dessas doenças na pediatria, visando uma maior eficiência do sistema de saúde.
Analisar o custo econômico, a distribuição geográfica e o perfil epidemiológico das internações hospitalares por Doença de Crohn e por Retocolite Ulcerativa na população de 1 a 14 anos de idade, no Brasil, de janeiro de 2013 a janeiro de 2022.
Estudo ecológico, transversal, descritivo e retrospectivo, baseado em informações disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A análise descritiva foi feita com base nas 5 regiões político-administrativas, na quantidade de internações e nas variáveis sexo, faixa etária, raça/cor e valor total, para o período de janeiro de 2013 a janeiro de 2022.
No período avaliado, foram notificadas 5773 internações pediátricas por doença de Crohn e retocolite ulcerativa somadas, com um custo de R$2.425.830,75. As prevalências epidemiológicas respectivas deram-se entre pacientes do sexo masculino (55,2%), de raça/cor branca (40,6%), de faixa etária específica entre 10 a 14 anos de idade (44,25%) e da região Nordeste (35,5%). É preciso evidenciar uma parcela considerável de pacientes de raça/cor ignoradas no registro (36,7%). Os valores de internação revelam que a região Sudeste (33,3%) possui maiores gastos em relação ao Nordeste (31%), mas que há desigualdade nas distribuições por faixa etária: a faixa etária entre 10 a 14 anos é a única que recebeu maiores investimentos no Sudeste em relação ao Nordeste, possivelmente por uma baixa qualidade de notificação de faixas etárias anteriores na região mais desenvolvida do país.
Por suas peculiaridades de prevalência em relação ao público adulto, com algumas predominâncias opostas tais como a região administrativa, o sexo e a distribuição de gastos, as DII’s pediátricas necessitam de maior atenção por parte do sistema de saúde. Uma avaliação mais profunda, aliada a uma campanha mais intensa de educação da população, faz-se necessária, portanto, para compreender e intervir nas causas de sua prevalência no Nordeste e entre o sexo masculino
Área
Gastroenterologia - Intestino
Autores
João Vitor Xavier Santos, João Gabriel Batista Simon Viana, Lailson Joaquim Silva, Erick Santos Nery, Pedro Felipe Miranda Badaró, Pedro Lucas Bonfim Figueirêdo Farias, Gabriela Beatriz Coelho Sousa, Maria Gabriela Freitas Viana, Maris Luísa Rocha Terêncio, Lara Pinheiro Arenas, Ana Flávia Souto Figueiredo Nepomuceno, Lorena Xavier Conceição Santos