XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

EFICÁCIA E SEGURANÇA DA DISSECÇÃO ENDOSCÓPICA DA SUBMUCOSA NO TRATAMENTO DO CÂNCER GÁSTRICO PRECOCE

Introdução

INTRODUÇÃO

O câncer gástrico representa o quinto tipo de câncer mais comum no mundo. No Brasil, é o terceiro mais frequente entre os homens e quinto entre as mulheres. Apresenta alta taxa de mortalidade, sendo a segunda causa de morte por câncer no mundo. Porém, quando o diagnóstico é realizado em estágio precoce, as taxas de sobrevida em 5 anos são próximas a 90%.

O câncer gástrico precoce, por definição, é um adenocarcinoma cujo crescimento é limitado à mucosa ou à submucosa, independentemente do acometimento linfonodal.

A dissecção endoscópica da submucosa é recomendada como tratamento de escolha para grande parte dos tumores superficiais gástricos, sendo o tratamento de primeira linha para câncer gástrico precoce, sem limite de tamanho e independentemente da presença de ulcerações, sendo mais abrangente que a EMR.

As principais complicações inerentes ao uso da técnica ESD incluem perfuração e sangramento (imediato e tardio). Na maior parte das vezes, é possível manejar tais complicações com apropriado tratamento endoscópico.

OBJETIVO

O objetivo desse estudo é a análise da segurança e eficácia da ESD no tratamento do câncer gástrico precoce.

MÉTODO

Estudo retrospectivo, realizado em hospital privado de Curitiba, com análise de dados coletados de prontuário eletrônico de 35 pacientes submetidos à ESD durante o período de janeiro de 2012 a agosto 2023. Foram excluídos pacientes submetidos apenas à EMR, mucosectomia (EMR/ESD) via colonoscopia e mucosectomia de lesões esofágicas.

RESULTADOS

No período, 35 pacientes foram submetidos à ESD por lesões gástricas. Destes, 34% (12 casos) eram localizados no corpo gástrico e 62% (22 casos) no antro gástrico, sendo que 1 paciente apresentava lesões sincrônicas em ambas as topografias.

Das complicações, houve 3 casos de sangramento, 2 precoces com suspensão do ESD e 1 tardio. Houve 2 casos de perfuração, prontamente tratados com clipe.

Do total, 4 pacientes precisaram ser submetidos a gastrectomia cirúrgica, 2 por sangramento durante o ESD, 1 porque a lesão não elevou durante o procedimento e 1 por observar-se comprometimento das margens cirúrgicas no resultado do anatomopatológico.

CONCLUSÃO

O ESD é uma abordagem segura e eficaz no tratamento do câncer gástrico precoce, com baixas taxa de complicação e representa modalidade com elevado potencial de cura.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Aline Guedin, Flavio Heuta Ivano