Dados do Trabalho

Título

Avaliação da resposta endoscópica e da perda de peso no tratamento de reganho pós derivação gástrica em Y-de-Roux (DGYR) com plasma de argônio em hospital público terciário de Santo André/SP

Introdução

Introdução: A obesidade é uma doença limitante da vida, que se associa a diversas comorbidades e está entre as doenças crônicas mais comuns do mundo. A cirurgia bariátrica é a forma mais eficaz de perda de peso e manutenção a longo prazo, sendo a DGYR uma das principais modalidades cirúrgicas. Entretanto, muitos pacientes não conseguem manter a perda de peso após o procedimento e a dilatação da anastomose gastrojejunal da DGYR parece ser um fator contribuinte para o reganho de peso.
A coagulação por plasma de argônio é um método de eletrocoagulação sem contato, e a energia de radiofrequência em formas de gás ionizado é aplicada ao tecido, resultando em coagulação térmica superficial. Quando utilizado em pacientes com DGYR mostrou redução do diâmetro da anastomose.
Objetivo: Avaliar a resposta endoscópica, a perda de peso e a segurança da terapia com plasma de argônio em um hospital público terciário.
Método: Estudo retrospectivo transversal utilizando dados de prontuário e entrevista por telefone com pacientes submetidos a aplicação de plasma de argônio em anastomose gastrojejunal de DGYR, entre agosto de 2019 e novembro de 2021.
Resultados: Foram selecionados para o estudo 14 pacientes, dos quais, 7,14 % (N=1) do sexo masculino e 92,85% (N=13) do sexo feminino, com idade entre 30 e 67 anos (média de 44,64). A média de sessões de aplicação de plasma de argônio foi de 2,78 (1 a 6), com intervalos entre 4 semanas a 6 meses (média de 2,7 meses). 57,14% dos pacientes (N=8) apresentou diminuição do diâmetro da anastomose. 35,7% (N=5) não teve nenhuma resposta endoscópica e 7,14% (N=1) não teve documentação do resultado. Um paciente (7,14%) apresentou complicação, sendo esta, hemorragia digestiva alta por úlcera no local do procedimento. Onze pacientes (N=78,57%) tiveram perda de peso de 5 a 18 quilos (média de 6,18 kg) após as sessões com plasma de argônio, e apenas um deles perdeu mais peso do que havia reganhado. Três pacientes (N=24,42%) referiram perda irrelevante.
Conclusão: A aplicação de plasma de argônio se mostrou um procedimento seguro, que corrobora com a redução do diâmetro da anastomose gastrojejunal e resultou em perda de peso na maioria dos pacientes avaliados. Entretanto, a falta de protocolo para abordagem e seguimento destes pacientes no serviço, prejudica os resultados finais quanto ao diâmetro da anastomose e a perda de peso efetiva e sustentada destes pacientes.