Dados do Trabalho

Título

INVERSÃO UTERINA NÃO PUERPERAL POR MIOMA PARIDO: RELATO DE CASO

Resumo

Apresentação do caso: A.M.M.S, sexo feminino, 53 anos, procedente de Felíxlândia, G3P3A0. Há 5 anos iniciou com hipermenorragia e dismenorreia progressivas. Em Felíxlândia, foi medicada com ácido tranexâmico e, suspeitando-se de câncer uterino, encaminhada ao Hospital do Câncer de Curvelo. A propedêutica iniciou-se com ressonância magnética e ultrassonografia transvaginal, que constatou miomatose uterina e anemia. Foi transfundida e submetida à laparotomia.Durante o procedimento, dificuldades técnicas levaram à realização apenas de biópsias, que se mostraram benignas. O tratamento então prosseguiu adicionando GnRH agonista.
Houve piora progressiva do caso, inúmeras internações e hemotransfusões. Posteriormente, foi internada com anemia grave, relatando quadro de dor pélvica intensa e hemorragia. A ressonância magnética demonstrou massa no canal vaginal: útero anterovertido aparentemente parido. Por fim, o tratamento cirúrgico foi indicado no Hospital Santo Antônio de Curvelo. Durante a laparotomia mediana, observava-se intensa congestão pélvica, sem visualização do útero e anexos, pois estavam invertidos no canal vaginal. Foram realizados pan-histerectomia, ligadura do ligamento largo, liberação da bexiga, ligadura das artérias uterinas e abertura do canal vaginal, onde foram retirados útero e anexos. Paciente evoluiu bem no pós-operatório, recebendo alta hospitalar após 4 dias. O exame anatomopatológico confirmou caráter benigno (miomatose e adenomiose).
Discussão: A inversão uterina não puerperal, quadro clínico raro, é normalmente associada ao tumor uterino, sendo majoritariamente o leiomioma submucoso. O mioma estruído pelo colo uterino gera sangramento volumoso e dor pélvica.
Comentários finais: Devido à literatura escassa sobre o tema, esse relato de caso visa o aumento dessas informações. O desfecho do caso evidenciou a importância da competência cirúrgica dos médicos frente à resolução das intercorrências.