XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL (GIST) GIGANTE: Um relato de caso

Resumo

Apresentação do Caso
Paciente 55 anos, tabagista 30 maços-ano, busca atendimento por melena, cansaço e palidez persistente. Tomografia (TC) evidenciou imagem nodular heterogênea na luz do antro gástrico, medindo 8,9x5,1cm nos maiores eixos axiais. Em Endoscopia Digestiva Alta (EDA) presença de lesão submucosa ulcerada com sangramento ativo (Forrest 1B), realizada terapia endoscópica com adrenalina (18ml), com biópsia inconclusiva. Exames laboratoriais: Hb 5,7 Ht 15,9 Leuco 7490 Plaq 410800 TIBC 296 Ferritina 20,17. Submetido a gastrectomia subtotal com reconstrução em Y de Roux, sem intercorrências. O anatomopatológico e o imuno-histoquímico confirmaram tipo histológico GIST, tipo epitelioide, C-KIT positivo, com índice mitótico de 1 mitose/20 CGA, grau 1, com tamanho de 8,5x7,0x5,0cm, margens livres, confirmando GIST.

Discussão
Os GISTs são a causa mais comum de lesões subepiteliais malignas do trato gastrointestinal. A sintomatologia varia de acordo com a localização, destacando-se sangramento gastrointestinal, anemia e fraqueza. A análise imuno-histoquímica associada a exames de imagem e quadro clínico do paciente são fundamentais para o diagnóstico. A EDA isolada não permite a realização do diagnóstico diferencial, pois os achados endoscópicos dos GISTs não são específicos e pertencem a todas lesões subepiteliais. Além disso, a biópsia endoscópica também é ineficaz para tumores não ulcerados. GISTs gigantes possuem associação com malignidade e metástases independente da contagem mitótica por amostra. A TC determina massas, extensão exofítica de tumores e identifica metástases a distância além de ser recomendada como exame de acompanhamento. Ultrassom endoscópico guiado por agulha fina é o método diagnóstico mais preciso e confiável apresentando excelentes taxas de diagnóstico chegando a 100% de sucesso para tumores maiores que 4cm. O tratamento cirúrgico possibilita cura permanente do GIST não metastático. Cirurgia laparoscópica possui bons resultados em tumores menores que 5cm, porém em maiores que 5cm são controversos.

Comentários Finais
Os GISTs podem se apresentar como emergência cirúrgica em decorrência de sangramentos gastrointestinais necessitando de rápido diagnóstico e intervenções endoscópicas e cirúrgicas. Tratamento cirúrgico segue sendo a primeira escolha para fins terapêuticos contudo o advento da terapia neoadjuvante e adjuvante com imatinibe associada a cirurgia tem demonstrado aumento da sobrevida global e menores índices de recorrência.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Thiago Faraco Nienkotter, Edmundo Damiani Bertoli, Monica Monte Pain, Kaio Schroeder Mattos, Alexandre Faleiro Fialho, Wanda Coelho Demetrio, Cintia Zimmermann de Meireles