Dados do Trabalho
Título
Tratamento cirúrgico minimamente invasivo de divertículos esofágicos distais bilaterais
Resumo
Paciente de 58 anos admitido em ambulatório com quadro clínico de disfagia progressiva, associado a regurgitações alimentares após refeições e perda de 4kgs, de início há 6 anos e piora no último ano. Realizou endoscopia digestiva alta que evidenciou a presença de dois divertículos esofágicos epifrênicos, simetricamente localizados à direita e à esquerda do lúmen esofágico. Prosseguiu avaliação com realização de radiografia contrastada, que confirmou a presença de dois divertículos epifrênicos bilaterais. A manometria esofágica não encontrou alterações motoras, com achados dentro dos limites da normalidade. O tratamento cirúrgico foi indicado. A abordagem de escolha consistiu em toracoscopia direita para ressecção dos divertículos seguida de videolaparoscopia para realização de cardiomiotomia e fundoplicatura. O posicionamento inicial do paciente caracterizou-se por decúbito ventral, com passagem de 4 trocateres em hemitórax direito. Ambos divertículos foram dissecados das aderências em relação às estruturas adjacentes e da camada muscular esofágica, sendo posteriormente grampeados com grampeador laparoscópico linear e realizada sobressutura da camada muscular com fio absorvível, calibrado por sonda de Fouchet intra-esofágica. Foi realizado teste com azul de metileno, sem evidência de vazamento nas linhas de ressecção. Prosseguiu-se o procedimento com início da miotomia via toracoscópica, em parede anterior esofágica, inferior aos divertículos prévios até próximo ao diafragma, seguido de drenagem da cavidade torácica. O posicionamento do paciente foi modificado para decúbito dorsal, bem como a ventilação mecânica retornada para usual. Iniciada laparoscopia para realização da cardiomiotomia com fundoplicatura. Procedeu-se com dissecção de hiato esofágico, identificação de miotomia toracoscópica e continuação da miotomia por toda transição esofago-gástrica, até cerca de 2cm em estômago proximal. Optado por realizar fundoplicatura anterior com secção de vasos breves para liberação de fundo gástrico e sutura em ambas bordas da miotomia. O paciente foi encaminhado à UTI. Dieta líquida foi liberada em 1° dia pós-operatório, com boa aceitação. Retirado dreno de tórax em 4° dia pós-operatório. Realizada radiografia contrastada em 6° dia pós-operatório, sem sinais de estenose ou vazamento e com bom escoamento de contraste. Paciente recebeu alta hospitalar no 6° dia pós-operatório com dieta líquida e sem queixas. Em acompanhamento ambulatorial, assintomático.
Área
Cirurgia - Esôfago
Autores
Lucas Morales Bassi, Sergio Szachnowicz, Rubens Antonio Aissar Sallum, Luiz Augusto Carneiro D'albuquerque, Amanda Juliani Arneiro