XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Tratamento cirúrgico minimamente invasivo de divertículos esofágicos distais bilaterais

Resumo

Paciente de 58 anos admitido em ambulatório com quadro clínico de disfagia progressiva, associado a regurgitações alimentares após refeições e perda de 4kgs, de início há 6 anos e piora no último ano. Realizou endoscopia digestiva alta que evidenciou a presença de dois divertículos esofágicos epifrênicos, simetricamente localizados à direita e à esquerda do lúmen esofágico. Prosseguiu avaliação com realização de radiografia contrastada, que confirmou a presença de dois divertículos epifrênicos bilaterais. A manometria esofágica não encontrou alterações motoras, com achados dentro dos limites da normalidade. O tratamento cirúrgico foi indicado. A abordagem de escolha consistiu em toracoscopia direita para ressecção dos divertículos seguida de videolaparoscopia para realização de cardiomiotomia e fundoplicatura. O posicionamento inicial do paciente caracterizou-se por decúbito ventral, com passagem de 4 trocateres em hemitórax direito. Ambos divertículos foram dissecados das aderências em relação às estruturas adjacentes e da camada muscular esofágica, sendo posteriormente grampeados com grampeador laparoscópico linear e realizada sobressutura da camada muscular com fio absorvível, calibrado por sonda de Fouchet intra-esofágica. Foi realizado teste com azul de metileno, sem evidência de vazamento nas linhas de ressecção. Prosseguiu-se o procedimento com início da miotomia via toracoscópica, em parede anterior esofágica, inferior aos divertículos prévios até próximo ao diafragma, seguido de drenagem da cavidade torácica. O posicionamento do paciente foi modificado para decúbito dorsal, bem como a ventilação mecânica retornada para usual. Iniciada laparoscopia para realização da cardiomiotomia com fundoplicatura. Procedeu-se com dissecção de hiato esofágico, identificação de miotomia toracoscópica e continuação da miotomia por toda transição esofago-gástrica, até cerca de 2cm em estômago proximal. Optado por realizar fundoplicatura anterior com secção de vasos breves para liberação de fundo gástrico e sutura em ambas bordas da miotomia. O paciente foi encaminhado à UTI. Dieta líquida foi liberada em 1° dia pós-operatório, com boa aceitação. Retirado dreno de tórax em 4° dia pós-operatório. Realizada radiografia contrastada em 6° dia pós-operatório, sem sinais de estenose ou vazamento e com bom escoamento de contraste. Paciente recebeu alta hospitalar no 6° dia pós-operatório com dieta líquida e sem queixas. Em acompanhamento ambulatorial, assintomático.

Área

Cirurgia - Esôfago

Autores

Lucas Morales Bassi, Sergio Szachnowicz, Rubens Antonio Aissar Sallum, Luiz Augusto Carneiro D'albuquerque, Amanda Juliani Arneiro