XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

CARCINOMA DE CÉULAS ESCAMOSAS: relato de caso

Resumo

APRESENTAÇÃO DO CASO
Paciente masculino, 62 anos, acompanhado devido a quadro de disfagia progressiva, perda ponderal e inapetência. A endoscopia mostrou lesão arredondada com superfície vegetante, recoberta por coágulos, ocupando 80-90% da luz do esôfago e a seriografia evidenciou estenose no terço médio do órgão com contornos irregulares. Na TC, observou-se pequeno nódulo no lobo médio de contorno regular medindo 5x5mm, linfonodomegalias pré-vasculares e paratraqueal alta à direita e espessamento parietal concêntrico no terço médio do esôfago. O histopatológico diagnosticou carcinoma de células escamosas (CEC).
O paciente apresentou piora da disfagia, com frequentes episódios de engasgos, sendo encaminhado para o departamento de cirurgia oncológica para abordagem curativa e paliativa, sendo a esofagectomia total e a endopróteseas possíveis terapias.
DISCUSSÃO
O estudo apresenta um caso típico de CEC em um paciente idoso. Esta é a neoplasia mais comum do esôfago, sendo altamente agressiva e de prognóstico reservado, cuja incidência está aumentando em todo mundo e, junto com o adenocarcinoma,totalizam mais de 95% das malignidades do órgão. Seus principais sintomas são disfagia, perda de peso, epigastralgia, refluxo e dispepsia.
Se precoce, o CEC pode ser tratado por métodos menos invasivos, com taxa de sobrevida em 5 anos maior que 90%. Porém, a maioria é diagnosticada em estágios avançados, o que diminui a sobrevida e aumenta a morbidade pós-operatória.
Existem métodos endoscópicos paliativos para CEC avançado e a escolha varia de acordo com cada paciente. O procedimento mais indicado para os sintomas de obstrução é a colocação de próteses metálicas autoexpansíveis. A taxa de sucesso técnico é de quase 100% e o efeito a longo prazo no controle da disfagia próximo a 80%.
COMENTÁRIOS FINAIS
 Não há evidências de que o rastreamento do CEC traga mais benefícios do que riscos, não sendo recomendado atualmente. O breve reconhecimento dos sintomas aumenta a taxa de sobrevida a partir de um diagnóstico precoce. 
A esofagectomia, embora possua alta morbidade pós-operatória, é considerada o tratamento padrão para pacientes com tumores ressecáveis e sem contra-indicação clínica. Em centros endoscópicos avançados, pode-se considerar a dilatação com balões, o uso do Laser Nd-YAG, a eletrocauterização, asterapias por injeção fotodinâmica e o uso de endopróteses plásticas e auto-expansíveis como opções terapêuticas.

Área

Gastroenterologia - Esôfago

Autores

Adriélle Costa, Luzieli Portaluppi, Luiz Flávio Crato Aguiar, Wolney Batista Sabino Júnior, José Olivan Carvalho Moura Junior, Julia Stephani Ferraz Lima Ferreira, Luiz Aurelio Mariussi, Sabrina Silva, Morgana Crispim Mattos, Plínio Cardoso