XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Câncer superficial do esôfago. Estudo clínico e patológico.

Resumo

O câncer do esôfago é o oitavo tumor mais frequente do mundo e apresenta marcante variação geográfica, sendo mais comum no continente asiático. É uma enfermidade de alta letalidade e constitui grande desafio terapêutico, tendo em conta as repercussões nutricionais e a situação anatômica. O diagnóstico do câncer do esôfago é realizado tardiamente na maioria dos casos, entretanto quando bem conduzido e encaminhado ao gastroenterologista em fase precoce apresenta evolução favorável. O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos clínicos e patológicos de pacientes com câncer superficial do esôfago, atendidos no nosso hospital. Método: análise de prontuários e seguimento ativo. Resultados: Nas duas últimas décadas atendemos 413 pacientes com câncer do esôfago, dos quais 5 deles com câncer superficial (1,2%), sendo 4 homens e 1 mulher, com idades variando entre 45 e 58 anos (média: 52,5 anos). Todos os pacientes referiam ingestão diária de bebidas destiladas e carga tabática elevada desde a juventude. Um dos pacientes apresentava associação com megaesôfago chagásica. O tipo histológico em todos eles foi o carcinoma espino celular, sendo a localização mais frequente o terço médio do esôfago (em 4 deles) e o terço distal no 5º. paciente. Em quatro pacientes foi realizada esofagectomia subtotal e esofagogastro anastomose. Em um deles, foi realizada ressecção endoscópica. Este evoluiu com disfagia com remissão total após dilatação endoscópica. Somente um paciente faleceu, sendo a sua sobrevida de 6 anos. Este continuou ingerindo bebida destilada após a cirurgia e desenvolveu câncer de laringe, motivo de seu óbito. Os outros quatro estão vivos entre 5 a 19 anos após o procedimento (cirúrgico e endoscópico) e, assintomáticos. O estudo anátomo patológico demonstrou carcinoma espino celular bem diferenciado intra mucoso em 4 deles. No paciente falecido, o tumor era moderadamente diferenciado, intra mucoso. Conclusão: 1) nos pacientes com câncer superficial do esôfago a sobrevida de 5 anos é de 100%; 2) O encaminhamento dos pacientes com disfagia e emagrecimento, principalmente os alcóolatras e tabagistas deve ser o mais precoce possível, permitindo o diagnóstico em fase precoce e adoção de conduta adequada.


Área

Cirurgia - Esôfago

Autores

Maria Aparecida Coelho de Arruda Henry, Mauro Masson Lerco, Walmar Kerche Oliveira, Bárbara Parenti Coelho