XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Adenocarcinoma do esôfago: análise de casuística de hospital universitário.

Resumo

O câncer do esôfago (CE) é uma enfermidade de alta letalidade. No estado do Rio Grande do Sul, estado com a maior incidência do CE, a taxa de mortalidade varia de 18,9 a 30 óbitos por 100.000 homens. Além do aumento da incidência, o CE apresenta grande desafio terapêutico, tendo em conta as repercussões nutricionais, diagnóstico tardio e situação anatômica. O objetivo deste trabalho é analisar os aspectos demográficos, epidemiológicos, terapêuticos e evolutivos. Método: análise de prontuários. Resultados: Dos 413 pacientes atendidos no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2021, 65 (15,75%) apresentaram adenocarcinoma do esôfago e os demais (348, 84,26%), carcinoma espino celular. Entre os pacientes com adenocarcinoma, 59 eram homens e 6 mulheres, com idade variando entre 45 e 90 anos (média 64,1 anos). Aspectos epidemiológicos: foi diagnosticado esôfago de Barrett em 14 pacientes (21,5%). Carga tabática diária elevada por período médio de 28 anos e ingestão etílica diária (período médio de 14 anos) foram também referidos pelos pacientes. Aspectos terapêuticos: os pacientes foram divididos em 5 grupos, na dependência da conduta adotada: G1 (n = 14): esofagectomia e esofagogastroplastia; G2 (n = 21): gastrostomia + QT + RT; G3 (n = 3): gastrostomia + QT; G4 (n = 7): gastrostomia + RT; G5 (n = 12): gastrostomia. Aspectos evolutivos: os pacientes foram submetidos a seguimento ambulatorial. A sobrevida (em meses) foi calculada desde a data do diagnóstico (endoscopia digestiva alta) até o dia do óbito. Sobrevida(em meses): G1: 27,42; G2:16,7; G3: 14,8; G4: 8,0: G5: 2,5. Conclusões: 1) na presente casuística a maioria dos pacientes encontrava-se em fase avançada da doença, com metástases linfonodonais e em outros órgãos, permitindo a ressecção esofágica em apenais 21,53% dos casos; 2) no tratamento paliativo, a associação de RT e QT e também a QT ofereceram resultados razoáveis de sobrevida; 3) Com a RT e estomia isolada, os resultados do tratamento paliativo foram precários: 4) O encaminhamento dos pacientes com disfagia que procuraram as unidades básicas de saúde deve ser o mais breve possível, possibilitando a tomada de conduta mais adequada.

Área

Cirurgia - Esôfago

Autores

Maria Aparecida Coelho de Arruda Henry, Mauro Masson Lerco, Walmar Kerche Oliveira, Bárbara Parenti Coelho