Dados do Trabalho
Título
ESTUDO PROSPECTIVO DE ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE SINTOMAS DE DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (QS-DRGE) E A QUALIDADE DE VIDA (GERD-HRQL)
Resumo
INTRODUÇÃO: A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) tem alta prevalência e se caracteriza por sintomatologia recorrente e prolongada. A endoscopia digestiva alta é método adequado para seu diagnóstico, permitindo avaliar a intensidade de lesões esofágicas. Determina tratamento medicamentoso ou cirúrgico e mudanças de hábitos de vida. Assim pode haver interferência nas atividades diárias com componentes físicos e emocionais. OBJETIVO: Analisar as repercussões da DRGE na qualidade de vida, considerando a intensidade das manifestações endoscópicas. MÉTODO: Foram estudados, prospectivamente, pacientes encaminhados para endoscopia digestiva alta em ambulatório regional especializado em 2021 e 2022. Aos pacientes com suspeita diagnóstica de DRGE e após confirmação endoscópica foram aplicados o Questionário de Sintomas na Doença do Refluxo Gastroesofágico (QS-DRGE) e o Gastroesophageal Reflux Disease Health-Related Quality of Life, validado em português (GERD-HRQL) para avaliação da eventual repercussão da doença na qualidade de vida. RESULTADOS: Amostra composta por 123 pacientes, a maioria de etnia branca (67,5%) e sexo feminino (63,4%). Os sintomas mais prevalentes segundo QS-DRGE foram dor epigástrica (90,2%), queimação epigástrica (90,2%), regurgitação (75,6%) e queimação retroesternal (69,1%). O tempo de doença foi, maior de 10 anos (11,4%); de 5 a 10 anos (9,8%); 3 a 5 anos (16,3%); menor que 3 anos (62,5%), com predomínio do tratamento com inibidores da bomba de prótons (Omeprazol - 76,4%). As condições de satisfação geral pelo GERD-HRQL foram, 90,2% declararam estar insatisfeitos e 59,3% reduziram as atividades habituais, com impacto no trabalho (57,7%). Pelos resultados endoscópicos das classificações de esofagite (Los Angeles e Savary-Miller) não foi observada correlação entre a gravidade das lesões e o uso dos diferentes inibidores de bomba de prótons e também a gravidade não guardou relação com o tempo de DRGE. Após análise a partir do GERD-HRQL, obteve-se significância na correlação entre maior tempo de sintomas e piora na qualidade de vida, mas esta variável não teve relação com os índices de esofagite. Mas quanto mais intensa a azia, maior o grau de insatisfação observado. CONCLUSÃO: A percepção dos sintomas mais prevalentes da DRGE interfere negativamente na qualidade de vida em maior proporção quanto maior o tempo de doença, mas o grau de esofagite não determina o mesmo impacto e também não se relaciona com o medicamento usado.
Área
Gastroenterologia - Esôfago
Autores
Giovanna Nato Fiorotto, Ricardo Filipe Alves da Costa, Joao Luiz Brisotti