Dados do Trabalho
Título
Grampeamento hemorroidário: como fazemos. Aspectos técnicos de 107 pacientes operados entre 2013 e 2021
Resumo
Introdução: A doença hemorroidária (DH) é uma afecção de prevalência estimada de 4,4% na população americana. O prolapso mucoso retal (PR) ocorre com mais frequência em mulheres e idosos, com prevalência de cerca de 0,5%. Diversas são as opções de tratamento, incluindo o conservador, a ligadura elástica, e a hemorroidectomia excisional. O grampeamento hemorroidário (Procedimento para Prolapso e Hemorróidas- PPH), surgiu como ferramenta terapêutica interessante para tratamento de hemorróidas e prolapsos circunferenciais de mucosa retal, posteriormente foram desenvolvidos outros grampeadores, como o EEA ™, com pequenas variações técnicas. A técnica parece apresentar resultados mais atraentes quanto aos menores tempo de internação e dor pós operatória, e mais rápido retorno às atividades habituais, quando comparado a hemorroidectomias convencionais. Objetivos: Descrever aspectos cirúrgicos relacionados ao uso do PPH na nossa experiência, durante 9 anos. Métodos: Analisou-se retrospectivamente dados de 107 pacientes submetidos a tratamento por grampeamento de DH, PR ou retocele, em um mesmo serviço, de janeiro de 2012 a dezembro de 2021. Resultados: 119 pacientes foram submetidos a tratamento de afecções (doença hemorroidária, retocele, prolapso) orificiais com grampeamento, porém 12 foram excluídos por erro de preenchimento do prontuário, totalizando 107 pacientes. O sangramento foi o sintoma preponderante no pré-operatório (55 casos- 51%). Do total de pacientes, 68 tinham apenas DH (63,5%), 14 (13%) apenas prolapso mucoso, 4 (3,7%) apenas retocele e 21 (19,6%) doenças combinadas. Em 21 casos, foi realizado procedimento adicional para tratamento de DH por hemorroidectomia, sendo em 18 a Ferguson, em um a Milligan-Morgan e em dois, por técnica não especificada. Foram realizados, também, 23 outros procedimentos conjuntos, sendo 20 exéreses de plicomas. Destes 107 pacientes, em 86 (80%) foi usado grampeador PPH, enquanto em 19 (17,7%) foi usado grampeador EEA. Apenas 1 paciente precisou ser reinternado, por motivo de dor e retenção fecal. Cinco pacientes evoluíram com recidiva da DH com necessidade de reabordagem. Dezesseis evoluíram com plicoma residual. Conclusões: Em nosso serviço, realizamos a técnica de grampeamento desde 2001, sem complicações graves. Nesta série de casos mais recentes, demonstramos que ela pode ser realizada com segurança associada ou não a hemorroidectomias e excisão de plicomas.
Área
Cirurgia - Cólon
Autores
Arthur Youssif Mota Arabi, Caroline Freitas Cirenza, Jose Americo Bacchi Hora, Sergio Carlos Nahas, Carlos Frederico Sparapan Marques