XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DO CUSTO ECONÔMICO, DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES POR DOENÇA DE CROHN E POR RETOCOLITE ULCERATIVA NO BRASIL ENTRE 2013 E 2022

Resumo

A doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa são classificadas como elementos do grupo das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII’s). Por seu caráter autoimune, crônico, recidivante e, em muitos casos, agressivo, as DII’s representam, além de um obstáculo à qualidade de vida, um custo econômico aos pacientes e aos sistemas de saúde, seja ele relativo a medicamentos de uso contínuo, a consultas, a procedimentos cirúrgicos, ou a internações. Conhecer, portanto, o perfil dos gastos, da distribuição territorial e da natureza epidemiológica das DII’s é um passo importante para um manejo mais eficiente por parte dos agentes envolvidos.

Analisar o custo econômico, a distribuição geográfica e o perfil epidemiológico das internações hospitalares por Doença de Crohn e por Retocolite Ulcerativa, no Brasil, no período temporal de janeiro de 2013 a janeiro de 2022.

Estudo ecológico, transversal, retrospectivo e descritivo, baseado em informações disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A análise descritiva foi realizada com base nas 5 regiões político-administrativas, na quantidade de internações e nas variáveis sexo, faixa etária, raça/cor e valor total, para o período de janeiro de 2013 a janeiro de 2022.

No período avaliado, foram notificadas 40.726 internações por DII’s, traduzidas em um custo de R$34.177.278,06, relativo a todo o Brasil. Destas, as respectivas prevalências epidemiológicas foram relativas a pacientes do sexo feminino (53%), autodeclarados brancos (40,6%), da região sudeste (46%) e com faixas etárias entre os 20 e os 59 anos de idade (58,6%). A região sudeste se destacou, provavelmente, em virtude de maior disponibilidade de recursos, infraestrutura, qualidade de notificação, densidade populacional e nível socioeconômico, concentrando a maior parcela (52,9%) do montante destinado nacionalmente às DII’S, superior aos gastos das outras 4 regiões somadas.

Diante dos resultados expostos, evidencia-se a necessidade de aprofundar a compreensão a respeito do perfil dos gastos, da distribuição territorial e da natureza epidemiológica, com perspectivas de promover maior equidade no acesso, diagnóstico e recursos. Dentro desse contexto, investimentos em infraestrutura, em rastreio mais eficientes de casos e em produção de conhecimento científico se configuram como ferramentas indispensáveis para a otimização dos custos e para a melhora da qualidade de vida dos portadores de DII’s.

Área

Gastroenterologia - Intestino

Autores

João Vitor Xavier Santos, João Gabriel Batista Simon Viana, Lailson Joaquim Silva, Erick Santos Nery, Gabriela Beatriz Coelho Sousa, Pedro Felipe Miranda Badaró, Maria Luísa Rocha Terêncio, Maria Gabriela Freitas Viana, Lara Pinheiro Arenas, Pedro Lucas Bonfim Figueirêdo Farias, Ana Flávia Souto Figueiredo Nepomuceno, Lorena Xavier Conceição Santos