Dados do Trabalho
Título
PSEUDO-OCLUSÃO INTESTINAL (SINDROME DE OGILVIE) APÓS IMPLANTE DE CATETER TECKHOFF EM UMA PACIENTE PÓS COVID – UMA RARA COMPLICAÇÃO DA DIÁLISE PERITONEAL
Resumo
APRESENTAÇÃO DO CASO: PACIENTE FEMININA, 73 ANOS, HIPERTENSA, INTERNOU COM COVID GRAVE, NECESSITANDO VENTILAÇÃO MECÂNICA E DIÁLISE DEVIDO A INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA. APÓS 28 DIAS EVOLUIU COM MELHORA CLÍNICA E DESMAME DA VENTILAÇÃO. A INSUFICIÊNCIA RENAL PERSISTIU, OPTADO ENTÃO POR MIGRAÇÃO PARA DIÁLISE PERITONEAL ANTES DA ALTA. PARA O IMPLANTE FOI UTILIZADA A TÉCNICA DE SELDINGER COM ANESTESIA LOCAL (LIDOCAÍNA SEM VASOCONSTRITOR) EVITANDO DESSA MANEIRA, A ANESTESIA GERAL DA TÉCNICA LAPAROSCÓPICA. A PACIENTE NÃO POSSUIA CIRURGIAS PRÉVIAS E O IMPLANTE OCORREU SEM INTERCORRÊNCIAS. NÃO FORAM UTILIZADOS OPIÓIDES NO PER-OPERATÓRIO. NO 1 PÓS OPERATÓRIO, EVOLUIU COM DISTENSÃO ABDOMINAL SÚBITA E VÔMITOS. AO EXAME, ABDOME BASTANTE DISTENDIDO, INDOLOR COM RUÍDOS AUSENTES. A TOMOGRAFIA MOSTROU DISTENSÃO ACENTUADA DIFUSA DE TODO O COLON E RETO, SEM FATORES OBSTRUTIVOS, COMPATÍVEL COM QUADRO DE PESEUDOOCLUSÃO INTESTINAL (SÍNDROME DE OGILVIE). FOI REALIZADO JEJUM, SONDAGEM NASOGÁSTRICA E RETAL E POSTERIOR COLONOSCOPIA DESCOMPRESSIVA COM MELHORA IMPORTANTE EM 24 HORAS. APÓS 96 HORAS FOI INICIADA A DIÁLISE PERITONEAL, SEM INTERCORRÊNCIAS. DISCUSSÃO: A SÍNDROME DE OGILVIE CONSISTE NA DILATAÇÃO DE PARTE OU TODO O CÓLON E RETO SEM OBSTRUÇÃO MECÂNICA. SUA ETIOLOGIA NÃO ESTÁ TOTALMENTE ELUCIDADA. A FISIOPATOLOGIA PARECE SER A PARALISIA DA MUSCULATURA INTESTINAL PERMITINDO DISTENSÃO PASSIVA SEM AUMENTO DA PRESSÃO INTRACOLÔNICA. O PRINCIPAL ACHADO É A DISTENSÃO ABDOMINAL GASOSA ACENTUADA, QUE É PARADOXALMENTE BEM TOLERADA CLINICAMENTE. A MAIOR PARTE DOS CASOS DESCRITOS NA LITERATURA OCORRERAM APÓS O PARTO, CIRURGIA PÉLVICA E TRAUMA MEDULAR. OUTRAS CONDIÇÕES: INTERVENÇÕES ORTOPÉDICAS (FRATURAS PÉLVICAS); INFECÇÃO SISTÊMICA; EVENTOS CARDÍACOS AGUDOS; RESSUSCITAÇÃO DE VOLUME; OPIÓIDES E ANTIDEPRESSIVOS; TRANSPLANTE, ENTRE OUTROS. A PRIMEIRA ESCOLHA É O TRATAMENTO CONSERVADOR. SE NÃO MELHORA PODE SER UTILIZADA A NEOSTIGMINA E A DESCOMPRESÃO COLONOSCÓPICA. A CIRURGIA DEVE SER UM ÚLTIMO RECURSO, PODE SER REALIZADA UMA CECOSTOMIA DESCOMPRESSIVA. A RESSECÇÃO COLÔNICA DEVE SER RESERVADA APENAS PARA MEGACÓLON SEVERO COM ISQUEMIA OU PERFURAÇÃO, JÁ QUE CARREGA UMA GRANDE MORBIDADE E MORTALIDADE. COMENTÁRIOS FINAIS: ATÉ ONDE SABEMOS, NÃO HÁ CASOS DE PSEUDOOCLUSÃO INTESTINAL APÓS A PASSAGEM DE CATETER DE TENCKHOFF RELATADOS NA LITERATURA. ESSA PATOLOGIA TEM UM POTENCIAL DE GRAVIDADE SIGNIFICATIVO, PORTANTO DEVE SER IDENTIFICADA PRECOCEMENTE PARA UM TRATAMENTO ADEQUADO.
Área
Cirurgia - Cólon
Autores
ANA CAROLINA BUFFARA BLITZKOW, VICTOR ASSAD BUFFARA JUNIOR, CARLOS ANTONIO SABBAG, SONIA TIME, Taiana naila mazaro Zarelli, Leonardo Dudeque Andriguetto