XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ESOFAGOTOMIA CERVICAL PARA RETIRADA DE CORPO ESTRANHO: RELATO DE CASO

Resumo

Apresentação: Paciente masculino, 55 anos, história de corpo estranho em garganta após ter deglutido parte de prótese dentária, com queixa de disfagia e náuseas. Ao exame, BEG, eupneico, oroscopia sem visualização do corpo estranho. Paciente submetido à endoscopia digestiva alta (EDA) para tentativa de remoção da prótese, sem sucesso. Após 3 tentativas de extração mecânica com o endoscópio, optou-se pela retirada manual através da pinça de maguil, também sem sucesso. Optado por cervicotomia exploradora anterior esquerda tendo como achados hematoma e laceração da parede esofágica, sem perfuração macroscópica. Realizada retirada da prótese dentária após incisão longitudinal no esôfago, passagem de sonda nasoenteral, esofagorrafia cervical, colocação de dreno laminar e fechamento por planos. Paciente evolui bem no pós operatório, recebendo alta após 16 dias. Discussão: Os sinais mais comuns de obstrução esofágica superior são disfagia e/ou regurgitação. Posteriormente pode-se observar salivação, mímica de vômito, inapetência, desidratação, inquietação e angústia respiratória. A EDA é um instrumento para o diagnóstico e, em muitos casos, para o tratamento da obstrução. No insucesso, os corpos estranhos esofágicos podem ser removidos por esofagotomia ou esofagectomia parcial. Diversos fatores podem ocasionar resultados indesejáveis nas reparações esofágicas - alguns deles são inerentes à própria constituição anátomo-fisiológica do órgão, tais como ausência da camada serosa, suprimento sanguíneo deficiente, movimentação esofágica, incapacidade do músculo esofágico de suportar pontos de suturas e pouca tolerância à tensão e distensão longitudinal. A falta de cuidado na preparação de alimentos ou o ato de comer e beber rapidamente, mastigando pouco, especialmente em pacientes com prótese total e com consequente diminuição do tato oral, deixam passar ao controle visual e tátil fragmentos de ossos. CONCLUSÃO: Nos atendimentos de emergência são comuns pacientes que relatam ingestão acidental de corpo estranho, envolvendo diversos objetos e com sérios riscos de complicações. A cervicotomia exploradora esquerda mostrou ser uma boa opção para retirada de corpo estranho do terço superior do esôfago, mas só deverá ser utilizada quando houver falha com uso de métodos menos invasivos, como a EDA. A alimentação através da sonda nasoenteral é uma boa opção para casos de intervenções cirúrgicas em que for empregada esofagorrafia.

Área

Cirurgia - Esôfago

Autores

LARISSA CAVALCANTI BARROS, FABIANA SOPHIA GONZALEZ DA NÓBREGA, MATHEUS DE ANDRADE AMARAL, DÉBORA JANE ALMEIDA VIANA LINS, WALKÍRIA RÉGIA FERREIRA SOUSA DE SÁ