XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

HELLER LAPAROSCÓPICO VERSUS MIOTOMIA PERORAL: ESTUDO RETROSPECTIVO COMPARANDO A MELHORA CLÍNICA DA DISFAGIA E A INCIDÊNCIA DE DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO EM PACIENTES PORTADORES DE ACALASIA

Resumo

INTRODUÇÃO: A Acalasia é uma doença neuromotora do esôfago gerada pela disfunção do esfíncter esofagiano inferior, que terá relaxamento parcial ou ausente. Prevalência em torno de 1:100.000, com distribuição bimodal (pacientes jovens e de meia-idade), sem distinção relevante entre os sexos. Manifesta-se com disfagia para sólidos e/ou líquidos, além regurgitação, perda de peso, dor torácica e dispepsia. O diagnóstico pode ser sugerido por exames como endoscopia e esofagograma baritado, mas a manometria de alta resolução é o padrão-ouro. O tratamento consiste em diminuir a resistência na junção esofagogástrica, havendo uma variedade de terapias disponíveis: injeção de toxina botulínica, dilatação pneumática, Miotomia Laparoscópica à Heller (LHM) e Miotomia Endoscópica Peroral (POEM). OBJETIVO: Comparar as técnicas de tratamento cirúrgico da Acalasia em relação às suas resolubilidades dos sintomas e a incidência do refluxo gastroesofágico no pós-operatório. MÉTODO: Foi realizado estudo comparativo, observacional e retrospectivo com 40 pacientes portadores de Acalasia tratados cirurgicamente (Grupo LHM e Grupo POEM), no período de janeiro 2019 a dezembro de 2021. Os pacientes foram questionados quanto à melhora clínica e o aparecimento de sintomas da doença do refluxo gastroesofágico através da escala de Eckardt e do questionário GERDq, respectivamente. Foram incluídos no estudo os pacientes portadores de Acalasia tipo II e tipo III pela classificação de Chicago, e excluídos os pacientes com Megaesôfago grau IV ou Acalasia tipo I. RESULTADOS: Foram selecionados 52 prontuários e excluídos 12 (06 pacientes com megaesôfago grau IV e 06 com Acalasia tipo I). Dos 40 pacientes acompanhados haviam 26 mulheres e 14 homens. A idade variou de 17 a 71 anos, com média de 48,9 anos. 24 pacientes portavam Acalasia tipo II e 16 o tipo III, sendo 32 com etiologia idiopática e 08 por Doença de Chagas. Através do Teste T de Student pareado antes e após o tratamento, notou-se que os 40 pacientes obtiveram melhora clínica independente da técnica realizada, não havendo diferença estatística entre as técnicas (p<0,05). O teste exato de Fisher mostrou que não há associação entre o tratamento cirúrgico (LHM ou POEM) e a ocorrência de refluxo gastroesofágico (X²(1)= 0,000; p=1,00). CONLCUSÃO: Ambas as técnicas são eficientes, factíveis e com baixas taxas de complicações e que podem facilmente ser realizadas de forma rotineira em pacientes portadores de Acalasia tipo II e III.

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva alta

Autores

Alessandrino Terceiro de Oliveira, Raimundo José Alencar Ferreira, José Ruver Lima Herculano, José Wilson da Cunha Parente, Francisco das Chagas Gonçalves de Oliveira