XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

TRATAMENTO DAS FÍSTULAS ANORRETAIS COM LIFT: RESULTADOS TARDIOS

Resumo

INTRODUÇÃO: A técnica LIFT (ligadura interesfincteriana do trajeto fistuloso), proposta em 2006, rapidamente ganhou adeptos em todo o mundo. Não acrescentando custo, tem relativa facilidade técnica e é atualmente a técnica de preservação esfincteriana mais realizada em nosso serviço. Indicamos LIFT em fistulas com trajetos únicos, retilíneos, fibróticos e preferencialmente baixos, se a fistulotomia levar ao risco de incontinência. Há necessidade de sabermos se os resultados se mantêm com aumento do tempo de seguimento e a alta complexidade dos pacientes em centros de referência. OBJETIVOS: Avaliar os desfechos em longo prazo dos pacientes submetidos a LIFT como primeira escolha de tratamento definitivo para fístula. MÉTODOS: Estudo observacional descritivo retrospectivo unicêntrico, de pacientes operados pela técnica LIFT em nosso serviço, por fístulas anorretais, com acompanhamento mínimo de seis meses. Excluídas fístulas retovaginais e associadas à doença de Crohn. Variáveis de desfecho: cicatrização, recidiva e incontinência. Incluídos 26 pacientes com fístulas anorretais classificadas como simples em um caso, interesfincteriana, e como complexas em 25, 24 transesfincterianas e um, supraesfincteriana. RESULTADOS: Quatro pacientes apresentaram persistência (15%). Um, com recidiva interesfincteriana foi submetido a fistulotomia em tempo único; um apresentou persistência transesfincteriana, sendo submetido novamente a LIFT, outro teve recidiva transesfincteriana baixa de uma fístula em ferradura, sendo tratado com sedenho cortante e outro aguarda reoperação. Três pacientes tiveram recidiva (12%). Num, depois de dois anos sem queixas, houve quadro de abcesso anal, com reaparecimento da fístula. Noutros dois, houve saída de secreção cerca de seis e oito meses após o tratamento inicial, o primeiro com trajeto interesfincteriano e o segundo, transesfincteriano. Esses dois ainda aguardam reoperação. Cicatrização sem recidiva, de 19 em 26 (73%), A continência piorou em três casos (8%). Eram pacientes com fístulas complexas, todas recidivadas, sendo duas transesfincterianas e uma interesfincteriana. Os três apresentaram incontinência leve, com pontuação na escala da Cleveland Clinic de 1, 3 e 7/20. Seguimento médio de 29,5 meses. CONCLUSÕES: Apesar da complexidade dos casos operados em nosso serviço, o LIFT permanece com bons resultados em longo prazo, com baixas taxas de recidiva, persistência e incontinência, em concordância com a literatura.

Área

Cirurgia - Cólon

Autores

Jose Americo Bacchi Hora, Carlos Walter Sobrado Junior, Caroline Freitas Cirenza, Arthur Youssif Mota Arabi, Carolina Reis Bonizzio, Carlos Frederico Sparapan Marques, Sergio Carlos Nahas