XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS FÍSTULAS ANORRETAS COMPLEXAS: RESULTADOS EM LONGO PRAZO

Resumo

NTRODUÇÃO: Para as fístulas anorretais complexas não relacionadas à doença de Crohn, há enorme variação de condutas entre os serviços. É importante conhecermos os tipos de abordagem cirúrgica adotados e os resultados em longo prazo desse tratamento em nosso hospital de referência. OBJETIVOS: Avaliar as abordagens terapêuticas e os desfechos em longo prazo dos pacientes submetidos a tratamento definitivo para fístula complexa. MÉTODOS: Estudo observacional descritivo retroospectivo unicêntrico, de pacientes operados por fístulas anorretais complexas, segundo a ASCRS, entre 2013 e 2019, com acompanhamento mínimo de seis meses. Excluídas fístulas retovaginais, causadas por neoplasia maligna e doença de Crohn ou associadas à imunossupressão. Variáveis de desfecho: nº de procedimentos, procedimento inicial, procedimento com intuito definitivo, cicatrização, recidiva e piora da continência. Incluímos 58 pacientes, sendo 5 interesfincterianas, 47 transesfincterianas e 6 supraesfincterianas. RESULTADOS: 28 pacientes foram submetidos a um único procedimento; 17, a dois; 8, a três; 1, a quatro; 2, a cinco; e 1, a oito (média 1,9). Procedimento inicial foi exame e drenagem simples ou com sedenho frouxo em 22 casos, em 18, passagem de sedenho frouxo, em 1, drenagem simples e noutro, apenas exame sob narcose. O 1º procedimento com intuito definitivo foi do tipo com preservação esfincteriana em 37 casos, sendo em 24 LIFT, em 11,retalho e, em 2, fistulectomia com esfincteroplastia. Em 20, foi optado por procedimentos sem preservação esfincteriana, em 7, a fistulotomia em tempo único e, em 13, com sedenho cortante. Num caso, o tratamento definitivo foi a passagem de sedenho frouxo. Cicatrização após o 1º procedimento definitivo ocorreu em 49 (84,5%). Houve 2 recidivas (3,4%). A cicatrização sem recidiva foi de 81%. 11 apresentaram piora da continência (19%), 9 transesfincterianas e 2, interesfincterianas. Desses, 3 foram submetidos a fistulotomia em tempo único, 3 com sedenho cortante, 3 a LIFT e 2 a retalhos. Nenhum tinha incontinência prévia. Todos apresentam incontinência leve, entre 1 e 7/20 na escala de J-W (média 3,2). Seguimento médio 29,5 meses. CONCLUSÕES: 57% dos pacientes foram tratados em único tempo. Em 41% dos casos de fístulas complexas, a escolha foi por procedimentos sem preservação esfincteriana. Nossa taxa de cicatrização sem recidiva para fístulas complexas foi bastante elevada e principal causa de insucesso foi a piora da continência.

Área

Cirurgia - Cólon

Autores

Jose Americo Bacchi Hora, Caroline Freitas Cirenza, Arthur Youssif Mota Arabi, Carolina Reis Bonizzio, Carlos Walter Sobrado Junios, Sergio Carlos Nahas, Carlos Frederico Sparapan Marques