XXI Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

TRATAMENTO DA FISSURA ANAL POR ESFINCTEROTOMIA LATERAL INTERNA: RESULTADOS EM LONGO PRAZO

Resumo

INTRODUÇÃO
A esfincterotomia lateral interna (ELI) é o tratamento padrão-ouro para a fissura anal crônica. Mais seguro para a continência anal, o tratamento clínico não conseguem superar as taxas de cura de 88 a 100% da ELI. A taxa de incontinência pós-operatória pode ser de até 30%.
OBJETIVOS
Apresentar resultados tardios dos pacientes com fissura anal crônica submetidos a esfincterotomia lateral interna no serviço hospitalar.
Secundários: descrever possíveis associações das características da população estudada aos desfechos: cura, recidiva e complicações.
MÉTODOS
Estudo retrospectivo baseado na revisão de prontuários, com aprovação no Comitê de Ética – n°22859. Os dados submetidos a análise estatística com alfa de 5%.
Critério de inclusão: pacientes com diagnóstico de fissura anal submetido a ELI de 2015 a 2021 no serviço de cirurgia do cólon e reto do serviço hospitalar.
Critérios de exclusão: seguimento de pós-operatório < 6 meses ou fissura secundária a afecções infecciosas, neoplásicas, doença de Crohn ou trauma de repetição.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
31 pacientes foram incluídos, com idade média de 42a, 61% mulheres. 64,5% apresentavam alteração de hábito intestinal (constipação ou diarreia). A localização mais comum foi a posterior (64%). 77% tinham alguma doença associada, a mais comum, obesidade (35%). Foi realizada ELI calibrada aberta (27) ou fechada (4), associada (22) ou não a fissurectomia (9). Tempo médio de seguimento de 27m. 93% alcançaram cicatrização (média 4,7m). Houve 3 casos de persistência (resolvidos após reoperação) e 4 de recidiva (média 26m), com boa resposta ao tratamento clínico. Não houve piora da continência, mas diminuição da pontuação média na escala da Cleveland Clinic, de 6,3 para 3,1, persistindo em 19%. A única associação estatística significativa encontrada foi a de maior persistência da fissura em pacientes com IMC médio inferior aos pacientes com cicatrização adequada (p=0,011). Como a fissura anal se relaciona à hipertonia esfincteriana e já foi demonstrado que obesos têm menor pressão de repouso que controles, podem ter cicatrização favorecida. Mais estudos são necessários para reproduzir dados e investigar mecanismos.
CONCLUSÃO
As taxas de cicatrização, falha e complicações em nosso serviço são boas, semelhantes às da literatura. Pacientes obesos apresentaram melhor resposta.

Área

Cirurgia - Cólon

Autores

José Americo Bacchi Hora, Caroline de Freitas Cirenza, Carolina Reis Bonizzio, Arthur Youssif Mota Arabi, Carlos Walter Sobrado Junior, Carlos Frederico Sparapan Marques, Sergio Carlos Nahas